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Denise Ghiu

Chief Data Officer
Bossa Nova Sotheby’s International Realty

Para acompanhar o ritmo do mercado, é preciso ter Bossa

Com um cenário mundial mais complexo, o último trimestre do ano fecha com conflitos que desafiam os mercados econômicos globais, exibindo um ano de pressão inflacionária e baixa produtividade na maioria dos países. Para as economias mais desenvolvidas, a desaceleração implicou na contenção de gastos e reestruturação dos investimentos, tornando mais difícil o ambiente para os emergentes de uma forma geral.

Como consequência, as ações para diminuir o acesso ao crédito tiveram efeito mais imediato no mercado imobiliário que, com o adiamento dos projetos de grande parte das famílias, provocou mudanças na dinâmica dos mercados locais. Nos EUA, a economia em geral mostrou-se mais resiliente no último trimestre do ano, mas o imobiliário evidenciou o crescimento de uma demanda reprimida, com efeito da queda da oferta, aumento real do preço dos imóveis e perspectiva de diminuição dos negócios no próximo ano, caso sejam mantidas as condições atuais para a velocidade da queda da taxa de juros. Na Europa, a maioria dos países registrou indicadores de retração do mercado, numa equação de difícil resolução composta por altos custos de construção das novas moradias, queda dos preços dos imóveis prontos e diminuição significativa da demanda para compra. No entanto, o mercado de locação se manteve aquecido, com demanda maior do que a oferta, e este quadro pode se estender ao longo do ano que vem. Na China, o crédito mais restrito e a onda de devolução das unidades residenciais na planta afetaram a indústria que tem grande representatividade na economia e parece cada vez mais dependente do equilíbrio entre o crescimento urbano, envelhecimento da população e melhora dos indicadores de confiança e de desemprego para não comprometer os resultados do PIB a médio prazo.

No ambiente doméstico, o último trimestre registrou desaceleração da atividade econômica, com contínua pressão para uma diminuição mais acentuada das taxas de juros junto ao Banco Central, resultando, entre outras ações, na criação de programas para mitigar a dívida das famílias e das empresas e a modesta flexibilização do crédito para o consumo. Apesar disso, os indicadores de confiança do consumidor foram mais otimistas do que do empresarial, que apresentou ligeiro recuo, em parte pela expectativa de celeridade dos investimentos que ainda dependem de ajustes na estrutura de arrecadação dos setores produtivos com a aprovação da nova reforma tributária, medidas que visam melhores resultados para o PIB no futuro.

Para a construção civil, fatores como a redução gradual das taxas de juros, reedição do programa nacional de incentivo em obras de infraestrutura e queda do preço dos insumos em razão da crise da produção imobiliária na Ásia, mantêm um ambiente mais favorável para todo setor, considerando que serão realizadas as eleições municipais em 2024. No segmento específico do mercado imobiliário, estímulos ao programa habitacional econômico favorecem as incorporadoras especializadas, que ganharão mais tração ao longo do próximo ano com impacto positivo sobre a demanda.

Para o alto padrão, que na maior parte do ano provou-se resiliente com boa absorção dos estoques usados e de lançamentos, novos empreendimentos podem chegar ao mercado com valores mais altos, principalmente em bairros mais nobres onde a formação de áreas irá impactar diretamente no desenvolvimento de novos empreendimentos.

E, à medida que a queda da taxa de juros avança com menor risco associado aos negócios, notamos que o segmento de alto padrão também se posiciona estrategicamente, repensando a aquisição de ativos imobiliários de acordo com suas prioridades para moradia ou investimentos, o que pode favorecer um aumento do fluxo das transações no próximo período.

Considerando um cenário político-econômico mais sustentável pela frente, com crédito mais acessível, consequente aumento da produção e contratação de mão de obra que possa manter tendência de baixa para a taxa de desemprego já percebida no último trimestre, os números são positivos para o setor. E, caso não haja grandes tribulações no cenário internacional, a perspectiva será mais otimista para os negócios em 2024.

Sobre o Snapshots

Esta é uma publicação pioneira sobre o mercado de apartamentos de alto padrão que tem por objetivo oferecer aos nossos clientes e empresas do setor um cenário mais abrangente sobre os principais acontecimentos que podem ajudar a decisão do proprietário, do comprador e dos investidores através da viabilização dos dados e análises sintéticas sobre os negócios concretizados, anúncios, lançamentos e locação nos bairros mais nobres na cidade de São Paulo.

Boa leitura!

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Este relatório publicado pela Bossa Nova Sotheby’s tem como único objetivo tornar mais transparente o mercado de alto padrão para proprietários, compradores e investidores. As informações utilizadas na construção deste relatório são consideradas confiáveis e obtidas de fontes públicas consideradas confiáveis. Os valores finais de transação ou rentabilidade podem sofrer alterações pontuais e podem não representar valores futuros. Os dados informados não constituem nem devem ser interpretados como fonte de definição única para uma decisão determinada e/ou estratégia de negócio em qualquer tempo, pois podem ocultar riscos, sendo recomendado o acompanhamento de um profissional. Por fim, as informações, opiniões, estimativas e projeções no conteúdo deste relatório referem-se à data presente e estão sujeitas à mudanças, não implicando necessariamente na obrigação de qualquer comunicação no sentido de atualização ou revisão com respeito a tal mudança.