Marcello Romero, CEO da Bossa Nova Sotheby’s e Felipe Sichel, estrategista-chefe do banco modalmais analisam aumento da taxa básica de juros e o cenário de curto e médio prazo
Já era prevista e o Copom (Comitê de Política Monetária) confirmou o aumento da Selic em sua mais recente reunião, reajustando a taxa básica de juros da economia de 2,75% para 3,5% ao ano.
Usada por todo o mercado, a Selic influencia as taxas de juros praticadas em empréstimos e financiamentos, na rentabilidade de investimentos e consequentemente no avanço ou retração da economia, além de ser um mecanismo de controle da inflação.
“O aumento da taxa SELIC foi exatamente em linha com nossa expectativa. Esperávamos ainda a manutenção do trecho sobre “normalização parcial” da política monetária, o que efetivamente ocorreu apesar de algumas ponderações em torno do termo”, revela Felipe Sichel, estrategista-chefe do banco modalmais, que prevê o mesmo aumento na reunião de junho.
Considerado um remédio amargo, mas inevitável e necessário para controlar a pressão inflacionária sobre a economia, o aumento gera efeitos em diversas esferas do mercado imobiliário.
“O aumento da Selic acaba gerando a perda da capacidade de financiamento ou a redução dos valores que são financiados. Afeta também o INCC, um índice usado para corrigir as prestações de imóveis adquiridos na planta durante a fase de obras”, enumera Marcello Romero, CEO da Bossa Nova Sotheby´s. “Se por um lado o mercado de alto padrão acaba sendo menos impactado neste sentido do crédito imobiliário, há questões que o afetam mais como os impactos na valorização dos imóveis, o arrefecimento do mercado, a redução de lançamentos”, explica Marcello Romero, CEO da Bossa Nova Sotheby’s.
Para Felipe Sichel, um guia fundamental para os investidores, perfil de cliente bastante comum no mercado de alto padrão, é acompanhar o comportamento deste aumento da Selic para saber se a taxa permanecerá ou não em patamar abaixo do neutro. “Como vemos a taxa finalizando o ano em 5% e, portanto, ainda em patamar estimulativo, a alocação em ativos reais segue fazendo sentido”, provisiona o economista em parecer positivo ao investimento em imóveis.
Posição compartilhada por Romero, que vê no aumento do custo do crédito imobiliário um aumento de demanda de locação a médio prazo, uma oportunidade para quem tem capital para comprar imóveis visando lucrar com este tipo de rentabilidade.
“É uma reação natural, perde-se capacidade de compra e aumenta-se a busca por locação. O segredo aqui é a escolha do potencial da região e da propriedade em si. O investidor acaba podendo escolher o tipo de lucro mais vantajoso, a locação ou a valorização do imóvel para venda”, detalha Marcello Romero.
Momentos propícios exigem atenção
Os especialistas também concordam que vivemos uma situação que inspira atenção.
Para Felipe Sichel, monitorar os movimentos que o cenário político da disputa eleitoral de 2022 e da política fiscal podem ter na política monetária é fundamental para quem pretende realizar negócios e investimentos de qualquer natureza, incluindo os imóveis.
Marcello Romero ressalta que dificilmente o cenário de juros no patamar atual voltará a vigorar, o que implica aproveitar oportunidades concretas que podem não estar disponíveis em poucos meses.
“Há algumas opções interessantes que ainda estão em vigor. Temos a opção de renegociação de contratos de financiamento com taxas menores, análise de custo de oportunidade para adquirir um imóvel com crédito imobiliário visando seu potencial de valorização, entre outras opções de negociações que o mercado imobiliário traz, com risco muito menor do que o mercado de capitais por exemplo”, enumera.
Marcello Romero é cofundador e CEO na Bossa Nova Sotheby´s International Realty, conta com mais de 26 anos de experiência no mercado imobiliário. Romero traz na sua bagagem a implementação no país da proposta de moradia do Minha Casa Minha Vida, que lhe conferiu maior amplitude aos seus entendimentos sobre urbanismo, a proeminentes lançamentos luxuosos.
Felipe Sichel é estrategista-chefe do banco digital modalmais. Doutorando em Economia pela FGV-SP, tem Mestrado em Economia Financeira pelo IDC de Israel e é Bacharel em economia pela UFRJ. Felipe ingressou no banco modalmais em 2016 e é responsável pela pesquisa e acompanhamento macroeconômico das principais economias globais. Acumulou experiência por instituições financeiras e centros de pesquisa internacionais, focando sua atuação no impacto da comunicação corporativa e de autoridades monetárias nos preços dos ativos e percepção de risco de companhias e governos.
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