Para onde estão se mudando os compradores de alto padrão em 2022?
As tendências globais estão levando compradores de alto poder aquisitivo a se mudarem para o exterior. De acordo com Henley & Partners, uma empresa global de consultoria em cidadania e residência, quando se trata de tendências de realocação, “todas as principais métricas do passado estão em curso. A arbitragem de impostos corporativos está sendo criticada, e uma proposta de imposto global fixo tende a mudar a hierarquia de jurisdições vantajosas para empresas internacionais. Depois, há o trabalho remoto, com pelo menos 40% da força de trabalho global agora sendo realizado ‘independente do local”.
Áreas específicas da Europa, como Portugal, Itália e França, têm visto um interesse crescente por parte dos compradores americanos. O principal mercado de Londres também viu um pico nas consultas de propriedades por parte de compradores norte-americanos com patrimônio líquido bastante alto . A demanda está sendo impulsionada pelas preocupações com a recente proposta do Presidente Biden de aumento de impostos sobre as grandes corporações.
Enquanto isso, as corporações americanas de tecnologia estão preparadas para se juntar à comunidade de expatriados americanos de Londres: o Google concordou em alugar mais de 6,5 mil metros quadrados de espaço de escritório ao lado de sua sede de 1,2 bilhões de dólares em King’s Cross, enquanto a Meta está procurando expandir-se também para um escritório maior em Londres.
Em Paris, os americanos estão planejando comprar novamente. Paulo Fernandes, gerente-proprietário da Paris Ouest Sotheby’s International Realty, diz que desde setembro o número de visitas ao site aumentou 40%. “Os compradores estrangeiros continuam interessados em Paris porque uma propriedade de pedra clássica em Paris é um investimento seguro, e os preços aqui estão em constante aumento”, diz Fernandes. “Também notamos o retorno de expatriados franceses de Londres devido ao Brexit”, acrescenta.
Em 2021, o Chipre, um local de realocação popular, experimentou um fluxo contínuo de demanda, diz Anastasia Yianni, CEO da Cyprus Sotheby’s International Realty. Os principais mercados do Chipre para compradores internacionais são Europa, Ucrânia, Rússia e Oriente Médio, com a maioria dos compradores vindos da Escandinávia, Alemanha e Reino Unido, diz ela. Seu apelo permanece no clima ensolarado, educação de boa qualidade e um regime fiscal baixo, além da oportunidade de obter uma residência permanente vitalícia para um investimento de valor igual ou superior a 300 mil euros (mais IVA) ou mais, uma opção que está disponível desde 2012.
A África do Sul está vendo um aumento no interesse de seus principais mercados – incluindo a América do Norte, Canadá, China e Reino Unido, além de Maurício e Austrália, que são principalmente de expatriados aposentados, diz Grahame Diedericks, agente, Lew Geffen, Sotheby’s International Realty na África do Sul.
No Brasil, há um aumento do interesse de estrangeiros por imóveis tanto em São Paulo, quanto no Rio de Janeiro. “A moeda valorizada diante do real já é um grande atrativo. Somado a isso, temos grandes empreendimentos em duas cidades icônicas. São Paulo, cosmopolita, é uma meca para muitos negócios. O Rio de Janeiro é um paraíso que faz parte do imaginário mundial”, explica Marcello Romero, CEO da Bossa Nova Sotheby’s no Brasil. Nos últimos meses, inclusive, a empresa realizou 2 negócios de forma totalmente digital.
Destinos populares incluem a Cidade do Cabo por suas ofertas de estilo de vida; o centro de negócios de Johannesburg; e o desenvolvimento de Waterfalls Estates em Midrand, que fica entre Pretória e Johannesburg. “As pessoas se surpreendem com o desenvolvimento da África do Sul e com o estilo de vida que ela oferece”, diz Diedericks. O mercado de aluguéis corporativos está ficando mais movimentado, diz ele, e as empresas estão investindo cada vez mais em imóveis para funcionários de alto nível ao invés de eles alugá-los.
Na Ásia, o Japão está emergindo como um hotspot de investidores. Não há restrições legais à compra de terras ou propriedades por cidadãos não-japoneses, e eles estão sujeitos aos mesmos impostos que os compradores domésticos. Há também muitos mercados imobiliários, de Tóquio a outras áreas atraentes como Hokkaido, Kyoto e Okinawa, que são maduros e estáveis. “Fatores como as baixas taxas de criminalidade e a disponibilidade de terras como propriedade livre tornam o Japão atraente para investidores internacionais”, de acordo com Mugi Fukushima, gerente da filial List Sotheby’s International Realty, Japão. Além disso, o país tem um foco em residências de marca.
Fukushima diz que mais japoneses também estão comprando propriedades no exterior, e que o Havaí continua sendo de longe o principal destino. “Várias pessoas compram propriedades em Singapura e Dubai para fins de realocação, e nas Filipinas e na Tailândia para investimentos”, diz ele.
E o mercado imobiliário de Hong Kong poderia estar preparado para uma elevação do fluxo de investimentos da China continental quando as fronteiras estiverem abertas novamente.
O governo chinês está colocando um foco intenso no desenvolvimento econômico e integração a longo prazo da Grande Baía, que une as áreas de Guangdong, Hong Kong e Macau.
Mas Singapura também atrai riqueza internacional, não apenas do Sudeste asiático e do Sul da Ásia, mas do Reino Unido, Austrália e outras economias desenvolvidas, devido à sua infraestrutura de serviços financeiros maduros. Tornou-se mais atraente devido à eficiência com que seu governo lidou até agora com a pandemia, diz Dominic Volek, chefe do grupo de clientes privados, Henley & Partners.
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