Considerado um ‘aditivo para o mundo da arte’, não um concorrente, NFT exige pensamento adaptativo para os colecionadores tradicionais
Em 1973, a decisão da Sotheby’s de leiloar 50 obras de arte abstrata e pop perturbou os tradicionalistas e os críticos entusiasmados. No final, o leilão foi um sucesso retumbante e tornou-se um grande ponto de inflexão, aumentando a visibilidade, a comercialidade e a apreciação das obras de artistas contemporâneos.
Em abril de 2021, a Sotheby ‘s vendeu uma coleção de non fungible tokens (NFTs) de um criador digital conhecido como Pak por um total de US$ 16,8 milhões. No final de outubro do mesmo ano, suas vendas de NFTs totalizaram mais de US$ 95 milhões.
Os NFTs, são tokens que certificam a autenticidade das criações digitais. Ganharam popularidade a partir do ano passado, provocando um debate entre os observadores do mundo da arte, sobre se elas eram uma loucura alimentada por pandemias ou uma nova faceta legítima do mercado.
Vendas recentes de NFT têm acalmado muitos opositores. No primeiro semestre de 2021, totalizaram US$ 2,5 bilhões e US$ 10,7 bilhões no terceiro trimestre, atraindo um público mais amplo para o mercado de arte e chamando a atenção dos colecionadores tradicionais.
O leilão da Sotheby’s Natively Digital, em junho de 2021, vendeu 28 NFTs por um total de US$ 17,1 milhões e atraiu 1.300 lances de 24 países. Desses, 75% dos licitantes eram novos na Sotheby’s, enquanto 30% eram licitantes cruzados dos negócios tradicionais da casa de leilões. No martelo, 70% dos compradores eram novos.
“Estou na Sotheby’s há 17 anos e não vi nada tão inovador e emocionante chegar ao mercado como os NFTs”, diz Sebastian Fahey, diretor administrativo da Sotheby’s. “Eu não vejo a arte digital como algo que tira de outros meios”. Ela é aditiva ao mundo da arte tradicional, especialmente quando se trata de arte generativa”.
Mas os NFTs requerem um pensamento adaptativo por parte dos colecionadores tradicionais. Eles possuem um arquivo que comprova a posse da criação digital original, e necessitam ter algum conforto em lidar com moedas criptográficas. (Os ativos digitais são adquiridos usando moedas digitais, principalmente o Ethereum, porque a maioria dos NFTs são registrados no blockchain Ethereum – basicamente um livro razão digital).
Embora os aspectos únicos dos NFTs possam potencialmente sustentar uma divisão entre colecionadores digitais e tradicionais, a entrada de grandes casas de leilões no mercado contribuiu muito para unir os dois.
Exibindo os NFTS
As exposições de obras digitais têm sido uma forma eficaz de ampliar a apreciação, diz Fahey, acrescentando que a Sotheby’s hospedou exposições físicas de NFTs em telas e cenários semelhantes a galerias em Londres, Hong Kong e Nova York durante suas primeiras vendas Natively Digital.
“As pessoas que não conseguiam entender o impacto em uma pequena tela, entraram e disseram que podiam realmente ver como funcionava. O futuro da arte digital será moldado por estas exposições digitais. Já existem discussões sobre a abertura de museus digitais”, diz ele.
“Em última análise, queremos fazer uma ponte entre o mundo da arte tradicional e o digital”.
A coleção “Fragments of an Infinite Field”, na tradução Fragmentos de um Campo Infinito, é formada por 1.024 peças e retrata flores em um “campo possivelmente infinito de folhagem”. Além de serem únicas, as peças mudam de acordo com a estação do ano. A artista e programadora brasileira Monica Rizzolli, autora da criação, arrecadou 1.623 ether, o equivalente a cerca de R$ 28,4 milhões, em um leilão de NFTs realizado por meio da plataforma Artblocks em setembro de 2021.
“O NFT é o meio casamento perfeito entre as coisas e alinha não só a possibilidade de ganhar dinheiro mas de usar as técnicas de programação e os resultados visuais que elas podem produzir”, afirmou Monica Rizzolli. Fonte: Coin Telegraph
NFT do fotógrafo americano Justin Aversano — pioneiro na inserção da fotografia em blockchain. A fotografia faz parte da icônica coleção Twin Flames — uma homenagem ao irmão gêmeo que Aversano perdeu ainda no útero da mãe. Depois de mudar de mãos nos últimos meses, a imagem digital foi comprada e agora revendida pela Fingerprints, uma curadoria de artes NFT fundada em abril pelos brasileiros Luiz Ramalho e Renato Shirakashi.
Lucky 1300, NFT “not for sale” de Lukas Azevedo mostra imensidão de possibilidades do novo formato. Na criação, distribuição, exposição, relacionamento artista-público. Enfim, inflexões de uma nova era e um “aditivo no mundo da arte” em tempos de metaverso.
“Comecei neste mercado por meio do incentivo da comunidade e de US$ 20 dólares que recebi para tokenizar uma arte minha, agora eu também ajudo outros artistas comprando obras de artistas brasileiros”, revelou Lukas Azevedo.
Você sabia que os clientes da Bossa Nova Sotheby’s podem fazer um tour exclusivo na famosa casa de leilões Sotheby’s em Nova York? Entre em contato e converse com um dos nossos consultores real estate .
Adaptação | Reside