País árabe se empenhou nos projetos feitos exclusivamente para o Mundial de futebol e apostou na junção da cultura com a tecnologia. Os resultados entregues são 8 estádios com construções e planejamentos inéditos na história da competição.
Sem dúvidas, a Copa do Mundo é o momento mais esperado e especial para todos os continentes. Este ano, o evento tem o Qatar como sede, país reconhecido por sua visão, elegância, riqueza e luxo. Além da capital Doha, quatro localidades sediam as partidas, incluindo as regiões projetadas especificamente para os jogos.
A competição nem começou e já está sendo considerada a mais compacta da história. E o que isso significa? Para os amantes de futebol, será possível assistir até 3 jogos por dia devido a distância de 70 km de um estádio ao outro, além da praticidade que acompanham as construções.
Ao todo, 8 estádios serão palco dos jogos do Mundial da Fifa, que começa em 20 de novembro, e a modernidade e tecnologia entram como titulares. A Bossa Nova Sotheby’s separou os principais detalhes de cada um. Confira.
Estádio Khalifa International
O Khalifa pode ser considerado o ancião dos estádios. Construído na década de 70, ele é o único que já estava presente antes da Copa do Mundo. No entanto, para receber os jogos, a organização do evento reformou o local por completo, adicionando dois arcos que simbolizam o abraço dos torcedores. Junto ao complexo, os turistas encontram shopping, centro aquático e hotel. A capacidade é para 40 mil torcedores.
Estádio Al Bayt
Achou parecido com uma tenda de acampamento? Esse é o objetivo.
O design, assinado pelos escritórios AS + P Albert Speer + Partner e Dar Al-Handasah, é uma referência às chamadas “Bayt al sha’ar”, tendas usadas pelos povos nômades da região do país. Palco da abertura da Copa do Mundo, o estádio possui capacidade para receber até 60 mil torcedores.
A construção possui um teto retrátil que cobre os assentos e o clima interno é ambientado pelas altas tecnologias de refrigeração. Quanto a decoração, a área de acesso às arquibancadas é coberta por um papel de parede que representa tapetes persas nas cores vermelha, preta e branca.
Estádio Al Janoub
Planejado pela arquiteta Zaha Hadid em conjunto com o escritório AECOM, a construção é uma homenagem aos “dhow”, antigos barcos de pesca de pérolas, que são um grande símbolo do país. A capacidade é de 40 mil pessoas, mas será reduzida pela metade após o evento.
Ao redor do estádio, foram criados espaços de integração entre os turistas e moradores, como passeios a cavalo, pistas de corrida e ciclovia, além de 800 árvores de baixo consumo de água plantadas. A construção se encontra numa região turística bem desenvolvida, com praias, museus e lojas. A aposta do Qatar é que essa sede seja um dos principais atrativos do evento para além do futebol.
Estádio Ahmad Bin Ali
Localizado à beira do deserto, o Ahmad Bin Ali substitui o antigo estádio Al Rayyan Sports Club, time que chegou a ter o colombiano James Rodríguez. Com design assinado pelos escritórios BDP Pattern, Ramboll e AECOM, a fachada simboliza a família, o deserto, a flora e fauna nativas, e o comércio local e internacional.
Após a Copa do Mundo o estádio terá sua capacidade diminuída para se adequar ao uso local. A maioria dos passeios são oferecidos entre desertos, vilas isoladas, cavernas e outros lugares naturais.
Estádio Al Thumama
Assinado pelo escritório Ibrahim Jaidah Architects & Engineers, o estádio também terá a capacidade de 40 mil pessoas reduzida pela metade após a Copa, mas neste caso será para abrigar um hotel.
Considerado um estádio importante por ter sido idealizado apenas por pessoas nascidas no país, o Al Thumama carrega um tecnológico sistema de reutilização de água que irriga um parque de 50 mil m² carregado de árvores nos arredores. Também há uma tecnologia de refrigeração com ar gelado que sai do chão no meio das arquibancadas e pode deixar o estádio em até 18 ºC se a temperatura estiver muito alta. A iluminação noturna é apenas um charme a mais feitos pelos arquitetos.
Estádio Education City
Projetado pelo escritório Fenwick Iribarren Architects, o Education City é de longe um dos mais interessantes entre as construções preparadas pelo Qatar. A fachada carrega desenhos que lembram diamantes e possui um objetivo futurista de contribuir com a região educacional ao seu redor.
A região em questão é a cidade que carrega o nome do estádio e abriga inúmeras universidades e polos de pesquisa em Doha. É uma grande área conhecida internacionalmente como um “oásis acadêmico”.
Estádio 974
Um total de 974 contêineres foram colocados na fachada do estádio em homenagem ao comércio internacional e à navegação. Este número também se refere ao código de discagem do país. Por ser à beira-mar, o estádio possui um sistema de refrigeração mais elegante e discreto que os seus irmãos, e recebe a brisa natural que alivia o clima quente.
O container de número 974 fica na entrada do estádio para quem chega de metrô e tem mensagens de boas-vindas gravadas em 13 idiomas diferentes. Já está sendo considerado o lugar preferido dos torcedores para tirar fotos.
A promessa do 974 é de que as cadeiras, o teto e outros itens serão reutilizados em parques, além de serem enviados a outros países. O Qatar acredita que a construção será referência em estádios sustentáveis no mundo inteiro.
Estádio Lusail
O estádio está sendo construído dentro de uma nova cidade que carrega o mesmo nome. Lusail foi uma vila isolada no meio do deserto durante muito tempo, mas agora integra um projeto impecável de modernização que começa pelo esporte. A nova cidade erguida do zero para não sobrecarregar Doha, terá população entre 200 e 450 mil habitantes e uma série de inovações, como por exemplo táxi aquático e dutos subterrâneos de refrigeração.
Assim como os outros estádios, todas as aplicações são de alta tecnologia sustentável, começando pelo clima que utiliza energia solar e foca no carbono zero. A arquitetura e iluminação carregam fortes pontos de representação cultural da região. Durante a noite, o efeito causado pelas luzes e sombras expõe um estádio de ouro, futurista e majestoso, por isso a decisão de manter os jogos em horários noturnos – aqui no Brasil, a transmissão começa às 16h.