Como o regime de trabalho híbrido e em home office têm aquecido o mercado imobiliário do litoral brasileiro.
O movimento e o expressivo crescimento foi registrado em estados e regiões diferentes, mas no mesmo período. Em 2020, logo após o anúncio da pandemia por Covid-19 começou a escalada do aumento das buscas por imóveis no litoral. Alguns meses depois desta onda de “pesquisas”, o cenário passou a ganhar formas. A maior parte não se tratava de pessoas buscando contratos de aluguel de temporadas estendidas ou algo do tipo. Eram pessoas que analisaram o momento e viram que seria viável mudar da capital para o litoral, com ganho de qualidade de vida, espaço em casa e fora dela, além da possibilidade de estarem próximas da natureza. Uma combinação de itens que se tornaram imprescindíveis para enfrentar a realidade atual.
Guarujá, Litoral norte paulista, Costa Verde e região dos lagos no Rio, Trancoso, Balneário Camboriú, Itajaí, Itapema e Florianópolis (SC), Praia de Pipa (RS), são alguns exemplos de localidades com alta demanda de imóveis de alto padrão para a venda.
De acordo com dados do aplicativo Newcore, as buscas por imóveis no litoral paulista cresceram 41,17% quando analisados os meses de janeiro e dezembro de 2020. Em relação às vendas, a boa performance se manteve, já que o número de unidades vendidas dobrou no comparativo entre os dois meses.
A Datastore, especializada em pesquisas de consumo e demanda do setor imobiliário, também registrou a tendência em todo o país: em 2019, a intenção de compra de imóveis no litoral era de 20% nos 24 meses seguintes, destes 31% queriam comprar em até 12 meses. Em 2020, a intenção foi similar, 21%, mas a principal diferença foi a decisão de compra imediata: dos interessados, 47% queriam fazer a compra em curto prazo.
O aumento de resíduos coletados é outra comprovação do aumento de pessoas que estão morando no litoral, muitas vezes em imóveis que já possuíam ou de propriedade da família.
É o caso da Riviera de São Lourenço e Guarujá, que tiveram um crescimento de 13,6% e 13,36% na coleta, segundo dados da Terracom Engenharia.
“Em geral, são pessoas de bom poder aquisitivo, que podem começar a demandar novos serviços e produtos”, analisa Antônio de Mello Neto, diretor de operações da Terracom, que atribuiu os números ao aumento da população, que passou a trabalhar de forma remota, a partir do litoral.
Lazer e moradia definitiva
A pandemia e os regimes de trabalho híbrido e em home office são tidos pelos especialistas como os principais catalisadores do aquecimento do mercado imobiliário no litoral.
“Eles trouxeram demandas que os imóveis de alto padrão em localidades privilegiadas pela natureza atendem com excelência. Estamos falando de imóveis com mais metros quadrados e ambientes para que as famílias possam conviver e ter sua privacidade, montar seus home offices, imóveis com áreas ao ar livre e lazer completo, imóveis em áreas servidas com boa conexão de internet e, acima de tudo, em localidades onde o entorno faz com que tudo que estamos vivendo seja menos penoso”, explica Marcello Romero, CEO da Bossa Nova Sotheby’s.
O perfil dos compradores é bastante diversificado e vai muito além do tradicional casal de aposentados ou profissionais liberais. Há executivos de multinacionais, profissionais do mercado financeiro, empresários, jovens casais que atuam em ramos totalmente diferentes com filhos estudando online, casais com filhos na faculdade que optaram pela modalidade EAD, casais com pets. Sobre a relação com a capital, há quem pode ficar sem ter que ir e voltar, quem fica no litoral e vai uma vez por semana para a capital, quem vai a cada quinze dias ou só quando há um compromisso que demande sua presença física.
“As taxas de juros favorecem a venda de imóveis de alto padrão”, afirma Carlos Ferreira, delegado do Creci-SP (Conselho de Corretores de Imóveis de São Paulo). “A Riviera de São Lourenço é cada vez mais opção. Tem praia, sossego, segurança. Quem tem dinheiro e condição de trabalhar de casa quer se mudar por uma qualidade de vida melhor”, conclui Carlos Meschini, diretor regional do Secovi.
Alta demanda gera investimentos e empreendimentos
Segundo a Prefeitura de Bertioga o número de projetos imobiliários aprovados aumentou 17% no ano passado, em relação a 2019. Para o presidente da Assecob, Ricardo Beschizza, Bertioga é um ponto fora da curva. “Lá tem terrenos que podem ser explorados. A Riviera de São Lourenço está se esgotando, mas há espaços para crescer com o bairro Indaiá, por exemplo.
A CFL, incorporadora que atua na região Sul, prevê seu maior volume de lançamentos para este ano. Em 2020, a empresa registrou aumento de 40% no 2º semestre em comparação com o mesmo período em 2019. Entre as apostas da CFL para atender à demanda estão empreendimentos como o Vitra, construído na Praia do Forte, na ponta mais valorizada de Jurerê Internacional, e o Moradas do Canto, que vai nascer às margens da Lagoa da Conceição, também na capital catarinense, com apartamentos e casas suspensas e plantas de 380 a 620 metros quadrados.
A chegada de novos moradores tem contribuído para o desenvolvimento dos serviços e comércios locais. Delivery, mais opções de restaurantes, empórios, mercados e todo tipo de produtos e serviços com a qualidade que moradores de alta renda procuram estão sendo abertos nestas novas cidades à beira mar.
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