Conheça a história do projeto bilionário criado na Costa Rica que oferece uma qualidade de vida mais ecológica e segura aos seus moradores
Quando Charles Brewer viu o pedaço de terra na província de Guanacaste, Costa Rica, em 2006, ele soube imediatamente que era o que ele queria. Localizado na costa do Pacífico da nação centro-americana, a região consiste em 1.200 acres – equivalente a 1000 campos de futebol, praticamente, de colinas onduladas, com mirantes, uma praia crescente e muita natureza ao redor.
Brewer, empresário de Atlanta que se tornou um desenvolvedor do chamado New Urbanism, viu ali o local ideal para o projeto dos seus sonhos: uma cidade ecológica que ele chamaria de Las Catalinas. O lugar incluiria hotéis de alto padrão e residências secundárias a partir de U$ 1 milhão para compradores das Américas e da Europa.
Uma das primeiras ligações que Brewer fez ao negociar uma opção de compra nas terras da Costa Rica foi para o amigo e também empresário, Tom Claugus, que agarrou a chance de investir. Claugus é conhecido por arrecadar sua fortuna a partir de fundos de hedge que, três anos antes, havia decidido que ativos tangíveis, como propriedades, eram uma boa aposta. E a Costa Rica tem muito a oferecer: bom clima o ano todo e um governo estável que atende ao comércio turístico.
Las Catalinas foi desafiada desde o início por um timing ruim, com Claugus e Brewer tentando lançar o projeto em 2007, quando a economia norte-americana estava em crise. Dois grupos hoteleiros desistiram de comprar um terreno para um resort âncora, que forneceria capital para a construção inicial de 40 casas.
E com a economia em crise, poucos compradores queriam arriscar de US$ 500.000 a US$ 2 milhões para construir uma casa em um canto remoto da Costa Rica acessível na época por estradas não pavimentadas.
A crise passou e após 16 anos o projeto saiu do papel, com muita originalidade e mãos de obra e materiais locais. Las Catalinas foi inaugurada no começo deste ano, e aos poucos começa a ser povoada. Aos interessados, os imóveis podem ser adquiridos por preços de U$ 100 mil até U$ 5 milhões.
Ao contrário do padrão urbano já conhecido, Las Catalinas é inspirada em cidades como Cartagena, que ao invés de ruas asfaltadas, possui trajetos de paralelepípedos e pontes de madeiras que conectam a vizinhança. Cada bairro se adapta à topografia dos arredores, daí o conceito de urbanismo generativo.
Em ascensão, a cidadezinha possui cerca de 150 casas, hotéis com todos os serviços, lojas, prédios comerciais, trilhas e caminhos para prática de mountain bike.