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Brecheret no Rio de Janeiro

O Rio de Janeiro se antecipa nas comemorações do centenário da Semana de Arte de 1922 e reúne 54 obras, entre esculturas, pinturas e desenhos, de artistas que dela participaram como Di Cavalcanti, Zina Aita, Anita Malfatti, Menotti del Picchia, Vicente do Rego Monteiro e John Graz.

Mas o grande homenageado é Victor Brecheret (Farnese di Castro,1894 –  São Paulo, 1955) com 41 obras raras: 21 esculturas em bronze, uma em mármore, três em terracota, uma em pedra, e duas da emblemática série com incisões nas pedras roladas pelo mar, além de um conjunto de 12 desenhos a nanquim.

O público pode percorrer sua produção desde 1919 até as obras de plena maturidade, alcançada entre os anos 1940 e 1950, quando o escultor já conquistara reconhecimento nacional e internacional. Para o visitante vivenciar este universo tão rico, Max Perlingeiro, curador e proprietário da Pinakotheke, organiza a mostra em três módulos distintos.

Soror dolorosa,cerca de 1919, mármore, 52×38,5x20cm. Coleção Particular. Foto: Sérgio Guerini

O primeiro é “Brecheret do Palácio das Indústrias à Semana de Arte Moderna”. Trata-se de seu encontro com Seelinger (dentre outros) e sua participação em 1922 com algumas obras dentre as quais a escultura em mármore, Soror Dolorosa, circa 1919, encomenda do escritor Guilherme de Almeida, inspirada no seu “Livro de Horas de Sóror Dolorosa”, onde relata o conflito de uma monja que ingressa na vida religiosa após a desilusão amorosa. É a ambiguidade entre o amor religioso e o carnal.

Banho de sol, década de 1930, bronze 24 x 52 x 21 cm. Foto: Sérgio Guerini

O segundo, “A escultura: técnicas e processos”, na qual exemplares de suas esculturas mostram o quanto Brecheret pesquisou técnicas e processos e seu exímio domínio em lidar com bronze polido, bronze patinado, gesso, terracota, mármore, pedra de França, madeira e pedra rolada.

Índio e a Suaçuapara, 1951, bronze, 34,5 x 37 x 18 cm. Foto: Sérgio Guerini

O terceiro,  “Arte indígena e as pedras de seixos rolados”, pois a partir do final dos anos 1940 e nos anos 1950 o artista inicia uma série de esculturas, sobre a temática indígena.

Guilherme de Almeida, foi quem melhor definiu as “pedras de Brecheret”, Diário de São Paulo, 21/1/1948: “Eis que isto Brecheret se pilhou fazendo, intuitivamente, com suas pedras: Grandes pedregulhos rolados que o mar lhe deu, com um mistério hieroglífico inscrito na sua matéria. Dir-se-iam formas lisas de Brancusi? Não. Brancusi quis fazer pedras-roladas para significar coisas, Brecheret recebeu estas coisas nas pedras roladas que tirou do mar. Se fosse possível haver uma Arte Brasileira, seria essas que Brecheret inventou. Essa, sim, e natureza nossa: material, sentimento, ideia, expressão, gentes, bichos, coisas, ritmos e mística do Brasil”.

Serviço

Victor Brecheret (1894 – 1955)

Visitação pública: 17 de maio a 14 de julho de 2018

Pinakotheke Cultural Rio de Janeiro

Rua São Clemente 300, Botafogo

22260-000 – Rio de Janeiro – RJ

Telefones: (21) 2537-7566

E-mail: contato@pinakotheke.com.br

Segunda a sexta-feira, das 10h às 18h, e aos sábados, das 10h às 16h.

 

Elisabeth Leone – Prof. Dra Comunicação e Semiótica
@elisabethleone

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