Lifestyle

Cultura do lazer floresce entre os altos ritmos urbanos de Seul

Em um país conhecido por sua intensa carga de trabalho, os sul-coreanos reinventam a forma de relaxar e cultivam novos modos de bem-estar coletivo

Na Coreia do Sul, onde as jornadas de trabalho estão entre as mais longas do planeta e o equilíbrio entre vida profissional e pessoal ainda é um ideal em construção, cresce silenciosamente uma poderosa e reveladora cultura de lazer. O contraste pode ser notado rapidamente. Em meio a paisagens urbanas densas e uma rotina marcada pela pressão corporativa, nascem novos espaços de encontro, relaxamento e conexão comunitária.

Nos últimos anos, o público mais jovem, principalmente os sul-coreanos das gerações Millennial e Z, têm rejeitado propostas que buscam estender ainda mais suas horas de trabalho. O país, que já conta com uma jornada semanal máxima de 52 horas, chegou a cogitar aumentar para 69. A reação negativa foi instantânea, revelando o cansaço coletivo diante de um modelo produtivista extenuante e despertando discussões importantes sobre saúde mental, bem-estar e qualidade de vida.

Essa busca por alívio tem moldado uma cena cultural que, embora pouco ostentosa, é profundamente simbólica. Os parques urbanos, piscinas públicas e colinas floridas de Seul se tornaram lugares onde a população expressa seu desejo de pausa e convivência. Locais como a tradicional Piscina Hanok de Jangheung, moldada por uma arquitetura que conversa com o passado imperial, a Colina das Azaleias Reais e os tranquilos caminhos do Parque Mulbit são hoje cenários de um novo modo de existir, mais coletivo, mais lúdico, mais sensível ao tempo livre.

A chamada “cultura do lazer”, em vez de resorts ou retiros privativos, são os parques, margens de rios e praças públicas que concentram a vida social: espaços acessíveis onde famílias, grupos de amigos e até desconhecidos compartilham momentos de convivência. Trata-se de uma forma de sociabilidade que ecoa tradições visuais da dinastia Joseon, quando as pinturas de gênero já valorizavam cenas do dia a dia e a vitalidade da experiência coletiva.

Por trás dessa movimentação está também um pano de fundo histórico complexo. Após décadas de domínio colonial japonês e a devastadora Guerra da Coreia, o país passou por um processo de reconstrução cultural marcado por repressão, crescimento econômico acelerado e adoção de referências ocidentais. Nos anos 1980 e 90, o movimento pela redemocratização reacendeu o desejo por liberdade, um impulso que, hoje, reverbera nas formas como os cidadãos ocupam seu tempo livre.

É dentro desse tecido social que se desenvolve uma cultura curiosa e paradoxal, que pode ser caracterizada como profundamente coletiva, mas aberta ao individualismo, intensamente urbana, mas carente de natureza, sujeita a pressões extremas, mas incrivelmente criativa na hora de buscar leveza. O lazer, nesse contexto, é afirmação de vida.

A predominância de cores fortes, cenas fora do cotidiano e paisagens que misturam natureza e concreto reforça a dualidade vivida pela população urbana entre o concreto pesado das cidades que é suavizado pelas risadas nas piscinas, pelos piqueniques nos parques, pelas caminhadas coletivas em colinas floridas. Ainda que a cidade nunca silencie, há, nela, pequenos respiros e eles dizem muito sobre a resiliência do povo sul-coreano.

Em um país onde mais de 80% da população vive em centros urbanos, a apropriação do espaço público para atividades recreativas se torna também um ato de presença. É uma tentativa de conciliar modernidade e tradição, correria e contemplação, anonimato e pertencimento. A cultura do lazer em Seul é um retrato das contradições coreanas e, ao mesmo tempo, uma promessa de equilíbrio possível.

Se por um lado as longas jornadas ainda fazem parte da realidade cotidiana, por outro, o lazer tem ganhado novos significados. Não se trata apenas de uma fuga, mas de uma forma de reconstrução social, de reencontro com o outro e consigo mesmo. E, no contexto de uma sociedade em constante transformação, é justamente nesses instantes de pausa que se revela uma das facetas mais humanas e esperançosas da vida moderna na Coreia do Sul e que vale a visita turística.

Na Coreia do Sul, onde as jornadas de trabalho estão entre as mais longas do planeta e o equilíbrio entre vida profissional e pessoal ainda é um ideal em construção, cresce silenciosamente uma poderosa e reveladora cultura de lazer. O contraste pode ser notado rapidamente. Em meio a paisagens urbanas densas e uma rotina marcada pela pressão corporativa, nascem novos espaços de encontro, relaxamento e conexão comunitária.

Nos últimos anos, o público mais jovem, principalmente os sul-coreanos das gerações Millennial e Z, têm rejeitado propostas que buscam estender ainda mais suas horas de trabalho. O país, que já conta com uma jornada semanal máxima de 52 horas, chegou a cogitar aumentar para 69. A reação negativa foi instantânea, revelando o cansaço coletivo diante de um modelo produtivista extenuante e despertando discussões importantes sobre saúde mental, bem-estar e qualidade de vida.

Essa busca por alívio tem moldado uma cena cultural que, embora pouco ostentosa, é profundamente simbólica. Os parques urbanos, piscinas públicas e colinas floridas de Seul se tornaram lugares onde a população expressa seu desejo de pausa e convivência. Locais como a tradicional Piscina Hanok de Jangheung, moldada por uma arquitetura que conversa com o passado imperial, a Colina das Azaleias Reais e os tranquilos caminhos do Parque Mulbit são hoje cenários de um novo modo de existir, mais coletivo, mais lúdico, mais sensível ao tempo livre.

Resumo da cultura do lazer em Seul:

  • Piscinas Hanok, parques e colinas são os novos espaços de lazer coletivo.
  • Gerações Millennial e Z impulsionam essa mudança, rejeitando jornadas extensas.
  • O uso do espaço público é uma forma de reconexão social e busca de equilíbrio urbano.

A chamada “cultura do lazer”, em vez de resorts ou retiros privativos, são os parques, margens de rios e praças públicas que concentram a vida social: espaços acessíveis onde famílias, grupos de amigos e até desconhecidos compartilham momentos de convivência. Trata-se de uma forma de sociabilidade que ecoa tradições visuais da dinastia Joseon, quando as pinturas de gênero já valorizavam cenas do dia a dia e a vitalidade da experiência coletiva.

Por trás dessa movimentação está também um pano de fundo histórico complexo. Após décadas de domínio colonial japonês e a devastadora Guerra da Coreia, o país passou por um processo de reconstrução cultural marcado por repressão, crescimento econômico acelerado e adoção de referências ocidentais. Nos anos 1980 e 90, o movimento pela redemocratização reacendeu o desejo por liberdade, um impulso que, hoje, reverbera nas formas como os cidadãos ocupam seu tempo livre.

É dentro desse tecido social que se desenvolve uma cultura curiosa e paradoxal, que pode ser caracterizada como profundamente coletiva, mas aberta ao individualismo, intensamente urbana, mas carente de natureza, sujeita a pressões extremas, mas incrivelmente criativa na hora de buscar leveza. O lazer, nesse contexto, é afirmação de vida.

A predominância de cores fortes, cenas fora do cotidiano e paisagens que misturam natureza e concreto reforça a dualidade vivida pela população urbana entre o concreto pesado das cidades é suavizado pelas risadas nas piscinas, pelos piqueniques nos parques, pelas caminhadas coletivas em colinas floridas. Ainda que a cidade nunca silencie, há, nela, pequenos respiros e eles dizem muito sobre a resiliência do povo sul-coreano.

Em um país onde mais de 80% da população vive em centros urbanos, a apropriação do espaço público para atividades recreativas se torna também um ato de presença. É uma tentativa de conciliar modernidade e tradição, correria e contemplação, anonimato e pertencimento. A cultura do lazer em Seul é um retrato das contradições coreanas e, ao mesmo tempo, uma promessa de equilíbrio possível.

Se por um lado as longas jornadas ainda fazem parte da realidade cotidiana, por outro, o lazer tem ganhado novos significados. Não se trata apenas de uma fuga, mas de uma forma de reconstrução social, de reencontro com o outro e consigo mesmo. E, no contexto de uma sociedade em constante transformação, é justamente nesses instantes de pausa que se revela uma das facetas mais humanas e esperançosas da vida moderna na Coreia do Sul e que vale a visita turística.

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