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O bem-estar como luxo máximo na era da nova elite emocional

No auge do marketing do wellness e do movimento quiet luxury, descubra como transformar sua casa em um espaço com aura, sofisticação e propósito

O setor de bem-estar, conhecido como wellness, tem se destacado como um dos mercados de crescimento mais acelerado do mundo. Entre 2020 e 2022, o segmento movimentou aproximadamente US$ 5,6 trilhões, conforme aponta um estudo publicado pelo Global Wellness Institute (GWI). Esses números ajudam a explicar por que o bem-estar se tornou o ativo mais cobiçado da atualidade em termos de experiências e espaços. Mais do que tendência, o wellness é agora um valor essencial, que guia decisões de consumo, estilo de vida e claro que arquitetura e decoração não ficam de fora.

Na era pós-pandemia, o lar assumiu o protagonismo como um escape físico e emocional. O design de interiores acompanhou essa transformação e passou a priorizar sensações: luz, toque, temperatura e silêncio. O resultado é uma estética que se afasta dos excessos e se aproxima do essencial, o chamado quiet luxury, ou luxo silencioso. É o requinte que não se impõe, mas se revela em detalhes, ou seja, uma madeira bem escolhida, uma poltrona que abraça, uma cortina que filtra a luz como se filtrasse também o ruído do mundo.

Muito além de uma tendência estética, o quiet luxury se transformou em uma expressão chamada de ‘elite emocional’. O termo, ainda informal, descreve pessoas com alta capacidade de autoconhecimento, inteligência emocional e habilidades interpessoais. Indivíduos que compreendem suas próprias emoções, sabem lidar com as dos outros e constroem conexões profundas, saudáveis e significativas com o mundo ao redor. Para essa nova elite, o verdadeiro luxo não está no acúmulo, mas sim na harmonia e isso começa em casa.

Essa filosofia encontra ressonância no marketing do wellness. Marcas como a Dior estão reformulando seus spas ao redor do mundo com foco em terapias que integram corpo, mente e ambiente. Um exemplo é a Dior Light Suite, que utiliza luzes simuladas para realinhar o ritmo circadiano e combater o cansaço, uma experiência de luxo que parte de uma premissa funcional. A casa, nesse contexto, segue o mesmo princípio de ser um espaço que cura, reequilibra e inspira.

No design contemporâneo, essa busca por equilíbrio ganha forma em elementos como cozinhas que desaparecem atrás de painéis retráteis, materiais naturais que despertam os sentidos e ambientes multifuncionais que favorecem o autocuidado. Os wellness gardens, por exemplo, vêm se tornando protagonistas por meio de jardins com plantas aromáticas, fontes de água e espaços para meditação.

Outra tendência em ascensão são os wellness rooms, que nada mais são do que cômodos inteiramente dedicados ao bem-estar. Pode ser uma sala de meditação, um estúdio de yoga, uma área de leitura imersa em silêncio ou até um spa doméstico com banheira de imersão e luz âmbar. 

A ideia é clara: criar um espaço que sirva como antídoto ao ritmo acelerado da vida urbana, um lugar onde o tempo desacelera e a mente repousa.

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