Ao longo do mês de maio, o principal destaque foi o ressurgimento da acirrada retórica de conflito comercial entre EUA e China, diminuindo de forma considerável a possibilidade de um acordo entre ambos ser aprovado até o G20 (28/29 de junho de 2019) e aumentando a incerteza quanto a recuperação da economia global. Os ativos refletiram o aumento da preocupação com atividade e o S&P 500 caiu 6.6%, no pior maio dos últimos sete anos e o segundo pior maio desde os anos 60.
Consequentemente, os Bancos Centrais dos países desenvolvidos têm aumentado o teor de sua retórica dovish, sendo que alguns (RBA e RBNZ) chegaram a cortar a taxa básica de juros. Nos EUA, o mercado já precifica quase três cortes de juros para 2019 e as recentes aparições de membros relevantes do FOMC (como Powell e Clarida) não mostraram esforço no sentido de retirar esta expectativa do mercado.
No Brasil, seguem as revisões baixistas nas projeções de atividade para 2019 e, atrelado a um cenário de inflação persistentemente baixa e desaceleração da economia global, aumentam as chances de corte por parte do Banco Central. O BC segue alterando de forma gradual a retórica indicando esta possibilidade.
No campo político, observamos um movimento mais coordenado ao longo da segunda metade do mês de maio em prol da aprovação da reforma da previdência, com interlocução entre executivo e legislativo e uma redução nos ataques mútuos. Com a perspectiva de aprovação da reforma da previdência mantida e redução nos embates, os ativos locais tiveram, em geral, desempenho positivo.
Apesar do difícil ambiente externo, nossa carteira recomendada manteve desempenho bastante positivo no mês.