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Selic é mantida e 2021 começa com mercado imobiliário acelerado

A divulgação de alguns dos principais índices do setor confirmou a boa performance do setor em um ano completamente atípico. O balanço FipeZap sobre o preço de venda dos imóveis residenciais no acumulado de 2020 apontou alta de 3,67%, com destaque para cidades como Florianópolis (7,02%), Maceió (7,9%), Curitiba (8,1%) e Brasília (9,13%).

O preço médio do metro quadrado em dezembro de 2020 foi de R$ 7.486/m² e as capitais que registraram o m² mais elevado no último mês foram: Rio de Janeiro (R$ 9.437/m²), São Paulo (R$ 9.329/m²) e Brasília (R$ 7.985/m²). 

Também em levantamento do FipeZap, o preço do aluguel registrou crescimento no acumulado de 2020 com alta de 2,48%. Porém, os números mais relevantes não estão na média nacional, mas no índice de rental yield, a razão entre o preço médio de locação e o preço médio de venda dos imóveis, uma medida de rentabilidade que pode ser utilizado pelo investidor que opta em adquirir o imóvel com a finalidade de obter renda com aluguel ao longo do tempo. Este índice também é utilizado para avaliar a atratividade do mercado imobiliário em relação a outras opções de investimento.

No balanço de 2020, o rental yield nacional ficou em 4,70% (média ponderada entre 25 cidades e capitais). São Paulo fechou o ano com 5,16% ao lado de Santo André, com o mesmo percentual. São Bernardo do Campo registrou 5,26% e Barueri 6,27%. Santos capitaneou o ranking com 7,4%. 

INCC x Confiança da construção 

Um dos principais obstáculos diretos do setor, os custos da construção civil mantêm a tendência de alta observada em 2020. Em janeiro, o INCC – M (Índice Nacional de Custo da Construção – M) calculado pela Fundação Getúlio Vargas subiu 0,93%, uma variação de 0,26% em relação a dezembro. No acumulado do ano passado foram 9,39%, um número que preocupa o setor, em parte por estar mais suscetível às intempéries da macroeconomia, especialmente por influências negativas como inflação e variações de commodities da engenharia civil. 

Brasília com 0,42% e São Paulo com 0,53% registraram os menores INCC do país. O Rio de Janeiro também teve índice abaixo da média nacional, com 0,79%.

Após seis altas consecutivas, o ICST (Índice de Confiança da Construção), medido também pela FGV, mostrou um leve arrefecimento do setor em janeiro, variando -1,4 ponto para 92,5 pontos, nível próximo ao observado em fevereiro de 2020, período anterior à pandemia. Resultado presumível diante do cenário atual que o país vive  da percepção dos empresários para os próximos meses diante deste presente de incertezas e ausência de diretrizes. 

Mesmo assim, o patamar de variação da confiança e expectativas do setor é bastante alto em relação a outros segmentos econômicos, com tendência de estabilização nos patamares anteriores a médio prazo, devido à retomada da atividade industrial.

Prognósticos, dados e tendências

Em sua publicação oficial, o COFECI (Conselho Federal dos Corretores de Imóveis) foi taxativo. “Setor imobiliário seguirá em ascensão durante 2021” com prognósticos positivos e análises de diversos dirigentes do Sistema Cofeci-Creci. Segundo o presidente do Creci-MS, Eli Rodrigues, dados notariais comprovam que 2020 foi mais pujante que 2019, para o setor imobiliário: “A pandemia trouxe uma nova demanda, com a procura por imóveis maiores”. Para o presidente do Creci-RJ, “muitas famílias buscarão comprar um imóvel em 2021”, incentivadas pelo contexto, juros baixos e pela estabilidade de preços das propriedades. 

A Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias) em parceria com a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas) fez um levantamento de que o número de alvarás concedidos para a construção de novos empreendimentos verticais na capital paulista bateu um recorde. Foram 984, um crescimento de 8,3%, segundo informações da Prefeitura de São Paulo. O estudo mostra com dados o momento atual do mercado imobiliário em São Paulo, onde ainda se aguarda com grande expectativa a revisão do Plano Diretor prevista para este ano. 

Os empreendimentos e imóveis de alto padrão em cidades em um raio de até 100 km de São Paulo e do Rio de Janeiro também estão entre fortes tendências para o ano que começa. Com maior metragem, áreas de convivência ao ar livre e condomínios que garantem segurança e serviços essenciais, a demanda crescente por propriedades deste tipo tem atraído diversos tipos de investimento e transações imobiliárias. 

Com um crescimento de 58% e recorde histórico de R$ 123,9 bilhões concedidos em crédito imobiliário em 2020, os financiamentos seguem em alta neste ano. No acumulado dos últimos 12 meses foram financiadas 426.771 unidades, um aumento de 43,2% em relação a 2019, segundo a Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança). A presidente da associação, Cristiane Portella, não prevê alta dos juros da modalidade, mesmo com o aumento da Selic. “Eu não vejo para o ano de 2021 um aumento porque, mesmo que cheguemos a 3,5% de Selic, como é a previsão. Estamos vivendo um momento de bastante competição no setor, com as operações em funcionamento para manter o apetite do consumidor. Por isso, não acredito que teremos movimento de subida em 2021. Naturalmente que voltando a Selic a 7% não será possível emprestar a 7%, mas no curto prazo neste ano não vejo subida”, afirmou para o Valor Investe.

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