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Anexo LONA evoca ingerência em sentidos e sensações

Anexo LONA, com coordenação artística de Duílio Ferronato e Higo Joseph, abre sua agenda expositiva de 2020 com a coletiva “Vertigem” e trabalhos de Gustavo Aragoni, Luiz83, Lucas Quintas, Sueli Espicalquis. A etimologia da palavra Vertigem, com origem no termo em latim vertigo, informa que uma pessoa sente que ela ou os objetos à sua volta se encontram em movimento quando na realidade não estão. “Os trabalhos selecionados nos propõem refletir sobre o movimento a que se remetem, similares a movimento de rotação ou desequilíbrio”, explicam os coordenadores.

Gustavo Aragoni

Nas 20 obras que compõem “Vertigem”, Aragoni apresenta trabalhos onde podemos observar como o movimento é presente, com alusão à repetição e agilidade. Lucas Quintas nos mostra objetos de parede que remetem a balanças ou níveis, com pêndulos que sugerem movimento, como também a série que destaca a relação da cor em seu trabalho, onde o movimentar-se do espectador é o fio condutor para a descoberta das agitações que as cores nos causam. Luiz83 participa com esculturas que parecem preceder a queda, onde partes da obra se apoiam umas nas outras assim compondo a peça. Já Sueli traz suas pinturas onde formas coloridas tentam encaixar-se enquanto flutuam no espaço vazio. A cor também é um indicativo do movimento, com suas combinações e tons.

Luiz 83

Como parte de um todo, mas um não coletivo, cada artista possui visão própria da seleção exposta. Esse conceito se acentua pelos participantes também terem voz ativa na conceituação e curadoria da exposição. Esse é um posicionamento participativo incentivado pelos coordenadores do espaço.

Para Gustavo Aragoni, “meus trabalhos nascem no inadequado, no conflituoso, não há um plano pré-estabelecido. O resultado é consequência de um processo de experimentação. Logo, não há um significado ou uma narrativa específica que pretendo transmitir. Acredito que o público, por meio de um reconhecimento atento das imagens e objetos apresentados é quem fará sua própria leitura e fará suas próprias conexões”. 

Lucas Quintas

Já na visão de Lucas Quintas, “quero transmitir ao público um questionamento do que ele está realmente vendo em cada trabalho, utilizando materiais, explorando questões como continuidade, tensão, leveza, rigidez e equilíbrio. Com linhas coloridas de diferentes espessuras e tons, construo um desenho quase matemático, onde a pictorialidade atua, colocando sua força e ditando resultados conceituais e matéricos em minha produção”.

No processo criativo de Luiz83, o importante é “acreditar sempre que é possível! A constante busca por novas formas, materiais e conceitos, como por exemplo, misturar a tipografia marginal paulistana com as formas geométricas padrão do cenário mundial das artes visuais”. 

Sueli Espicalquis “trabalha uma hipótese onde o ato de pintar possa configurar um ato de buscar vestígios a fim de mapear o presente. Pensando na tradição da pintura, minha pintura cabe a um reflexo da contemporaneidade dos fluxos migratórios, deslocamentos, espaço globalizado”. 

Oscilante ou estático, concretos ou abstratos, os trabalhos que compõe Vertigem atendem seu propósito básico ao se apresentarem como criações lúdicas e autorais buscando atender o significado do tema proposto. A sensação do falso movimento pode ser induzida através de utilização das linhas, formas, cores e formatos. O cérebro é levado ao movimento pelo contraste entre as nuances de materiais e paletas pictóricas enquanto as obras conduzem à reflexão sobre a mobilidade que insinuam, mas não produzem.

 

Exposição: “Vertigem

Artistas: Gustavo Aragoni, Luiz83, Lucas Quintas, Sueli Espicalquis

Coordenação: Duílio Ferronato e Higo Joseph

Abertura: 07 de março – das 13 às 19hs

Período: de 11 de março a   de abril de 2020.

Local: Anexo LONA

  1. São Bento, 181 – 1º. Andar – Centro, São Paulo

Whatsapp: (11) 99403-0023

Horários: quarta a sábado das 13 às 17h ou com agendamento



Anexo LONA 

Surge após um convite da produtora Coração Selvagem para ocupar o 1º andar do Espaço Cinehub. Como a área de exposição na sede da LONA Galeria é pequena, com uma grande procura de artistas, o novo espaço permite novas parcerias e criações, tanto de formatos como de possibilidades. “O diferencial principal é que receberemos projetos externos com mais flexibilidade. Enquanto a galeria tende a limitar o número de artistas e parceiros, o Anexo LONA tende a ser mais aberto a projetos externos”, definem Duilio Ferronato e Higo Joseph. Com maior área disponível, nasce também a LONA Residência de onde partirão convites para artistas ocuparem o ateliê por períodos de 2 semanas a 3 meses.

 

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