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Alto Design: Teto deve ser pensado como uma quinta parede

Na decoração, o teto é a última prioridade na lista de melhorias necessárias. Nesta semana, o Blog da Bossa Nova traz a reflexão sobre como deixar esta quinta parede simplesmente se misturar com seus arredores podendo elevar a inspiração literalmente às alturas.

“Os tetos são uma oportunidade de trazer outros elementos de design”, defende Amy Vroom, proprietária do estúdio de design The Residency Bureau em Seattle, em entrevista para a Sotheby’s International Realty.

“Eles podem criar a ilusão de espaço, produzindo uma sensação de escala ou até intimidade”, diz Rupert Martineau, associado sênior e chefe de projetos de interiores residenciais da SHH em Londres. “A altura do teto em relação à largura e profundidade da sala é um dos elementos mais críticos em relação à proporção da sala”, diz ele. “Como o teto é detalhado pode aumentar muito esse senso de proporção e ajudar na distribuição de luz por todo o espaço”.

O teto da piscina no projeto Belgravia House, criado pela SHH em Londres. Foto: Adam Woodward

Considere o desenho

Existem muitas maneiras diferentes de tratar um teto – desde um plano simples e moderno até arcos abobadados clássicos, diz Martineau. “Em cada caso é preciso haver consistência com a narrativa geral do edifício, sua história e função, e materialidade de referência e acabamento”, diz ele.

Todos os elementos devem trabalhar juntos intencionalmente para fazer uma sala parecer coesa, de acordo com Miriam Silver Verga e Hillary Kaplan, designers da Mimi & Hill Design em Westfield, Nova Jersey. As paredes podem encolher rapidamente uma sala e dividir um espaço. Tetos altos e abobadados podem criar uma geometria complicada se não forem bem projetados, explicam as designers.

Encontrar um detalhe em comum entre o teto e o resto do espaço cria coesão. Por exemplo, se você tem moldura nas paredes, pode continuar com a mesma moldura no teto, diz Amy Vroom. “Se você está projetando um escritório, pode reduzir o teto ao redor do perímetro da sala e adicionar iluminação para criar um ambiente que se conecte com o clima desse espaço”.

Adicione um elemento de arquitetura

Alguns elementos arquitetônicos podem ser adicionados como adereços. Para Verga e Kaplan, tetos em caixotões são ótimos, pois acrescentam profundidade, interesse e geometria. “Curiosamente, os romanos os inventaram para reduzir o peso dos tetos de pedra em edifícios antigos e cúpulas como o Panteão, mas depois foram adotados pelos franceses e ingleses em casas senhoriais como decoração ornamental”, explicam. “Adoramos as versões mais limpas e modernas, que podem criar drama e permitir uma mistura emocionante de materiais e texturas”. Um teto em caixotão torna-se um ponto focal, atraindo o olhar para cima.

As vigas de madeira são outra maneira de adicionar detalhes, geometria, planos e texturas, dizem Verga e Kaplan. “Elas são perfeitas para tetos em forma de A ou abobadados e podem ser um elemento dramático quando bem feitos”. Mas a dupla alerta para o uso de travessas muito finas, que podem acabar ficando desproporcionais. É importante se certificar que o teto seja alto o suficiente para acomodá-los. “A última coisa que você quer fazer é tirar mais da altura utilizável com detalhes desnecessários”.

O papel de parede traz interesse para o teto, como é possível observar neste quarto projetado por Amy Vroom, do The Residency Bureau, em Seattle. Foto: Brent Henry Martin

A pintura faz a perfeição

A cor e o acabamento da tinta podem ter um efeito profundo na aparência de um espaço. “As cores das tintas são críticas e devem ser coordenadas com as paredes e a iluminação”, diz Martineau. Por exemplo, se o teto estiver escuro, a sala parecerá mais baixa. No entanto, em alguns casos, fornecer um acabamento polido pode aumentar a sensação de que o teto se estende além de seu limite real.

Ter o teto com uma cor mais clara nas paredes ou iluminar o teto por baixo pode ajudar a criar a ilusão de altura, assim como usar alto brilho ou acabamento laqueado. “A luz refletida ilumina e amplia o espaço”, explicam Verga e Kaplan. Os dois também adoram tetos pintados à mão, que acrescentam interesse. Para um projeto, eles contrataram um pintor decorativo para recriar um papel de parede de mármore como um mural de teto. “É magnífico, atemporal e adiciona detalhes, padrões, cores sutis e um fluxo visual geral à sala”, ressaltam.

O acabamento da pintura é crucial. “A tinta lisa nem sempre é a melhor opção. Os tetos sempre podem se beneficiar de algum alto brilho para refletividade”, apontam.

Lembre-se de que as cores das tintas no teto raramente são iguais às das paredes, se você estiver tentando combinar as duas. Eles geralmente parecem mais escuros no teto devido ao plano horizontal. “Se você está tentando fazer com que o teto combine com as paredes, selecione uma lasca de tinta mais clara que a cor da parede para obter uma cor mais consistente”, finalizam.

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