Em entrevista ao Blog Bossa Nova, Don Emmanuel, Master Cigar Sommelier da maior tabacaria na América Latina em São Paulo, elenca os principais tópicos sobre o ritual do mais elegante dos cigarros
Para os conhecedores, apreciar um charuto é uma arte que nunca passa de moda. Com uma história de 296 anos, a prática segue entre uma das mais cultivadas entre as pessoas no mundo todo, e engana-se quem acha que é apenas acender e soltar fumaça.
Don Emmanuel, Master Cigar Sommelier da Caruso Lounge, maior tabacaria na América Latina em São Paulo, conversou com o Blog da Bossa Nova e elencou os 10 mandamentos para quem aprecia ou quer começar a apreciar o tabaco. Confira:
Don Emmanuel. Reprodução/ Facebook
1- Em busca do charuto perfeito
A busca por charutos de qualidade no Brasil requer muita persistência. Em lojas especializadas, é possível encontrar vendedores e especialistas bem treinados que podem ensinar e direcionar com precisão na hora de escolher o charuto perfeito.
2- Aprendendo na prática
Não existe uma regra fixa para degustar o charuto. Cada um tem o seu ritual durante o cotidiano. “No meu caso, o charuto é algo inspirador e depende de um tempo para ser degustado, por isso, é importante que esse tempo seja dedicado a ele, seja com amigos ou sozinho”, aponta Don Emmanuel. Fica a dica para encontrar a inspiração.
3- A escolha visual
Ao escolher um charuto, a primeira preocupação que o entusiasta precisa ter é a procedência, por isso, é recomendado que a compra seja feita em lojas especializadas e de confiança…
4- A escolha sensorial
De acordo com Don Emmanuel, com certeza o charuto estará em boas condições de temperatura e umidade, que é a principal regra. “Principalmente para os aficionados menos experientes, recomendo degustar um charuto após a refeição”, comenta.
5- Como realizar a compra sem receios
Os charutos sempre saem da fábrica prontos para serem degustados e deixar guardado pode trazer alguns benefícios positivos, principalmente para os charutos de fortaleza maior, ou seja, blend que determina as notas de sabores e aromas que podem se repetir de acordo com o seu nível. Don Emmanuel explica que os iniciantes devem começar com charutos de fortaleza suave a média e de bitolas menores. Um dos mais recomendados para este público é o dominicano La Galera Connecticut.
6- O corte certeiro
“Primeiramente utilizar um bom cortador, pois o corte correto que vai oferecer uma experiência completa é o corte reto”, aponta Emmanuel. A sugestão é, ao fixar o cortador no charuto, gire levemente para que a lâmina prenda no gorro, realize o corte com precisão e força, retirando o mínimo possível do gorro do charuto.
7- A arte da primeira puxada
O sommelier ressalta que até mesmo a hora de acender pede por algumas regras básicas. “Sugiro utilizar apenas o calor da chama, iniciando pelas laterais e finalizando no centro do pé do charuto”. Não é recomendado acender com o charuto na boca, essa prática pode criar uma alta temperatura e prejudicar a degustação.
8- A fumaça inicial
Para que a sua fumaça faça jus ao personagem de Tony Montana de Scarface, é necessário se atentar ao isqueiro que será utilizado. “O recomendado é o maçarico de gás butano, porque os isqueiros de fluido podem trazer sabores desagradáveis para o charuto, e o fósforo, apesar de não ser a pior escolha, pode levar um tempo bem maior para o acendimento completo”, avalia.
9- Cuidar com carinho
A regra de ouro é a temperatura e a umidade. O recomendado é que a temperatura esteja entre 16ºC e 18ºC e a umidade entre 65% e 70%. Hoje em dia, existem diversos tipos de umidores que trazem uma segurança para guardar seus charutos em casa, portanto, procure uma loja especializada e poderá ter acesso a diversas opções de umidores de todos os tamanhos.
10- Um fim digno
O tabaco negro utilizado para os charutos possui algumas substâncias naturais, como nicotina, alcatrão, resina e óleos essenciais. Uma vez que o charuto ficou mal conservado e se tornou “seco”, esses óleos essenciais evaporam e nunca mais podem ser recuperados. Don explica que “os charutos podem melhorar a aparência e ainda poderão ser degustados depois disso, mas com certeza não será mais o mesmo”.
Por fim, não apague o charuto diretamente. Deixe que ele faça a sua passagem com dignidade, sozinho e apoiado ao cinzeiro.
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