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Sinais de melhora

Por Alvaro Bandeira

Sócio e Economista Chefe home broker modalmais

 

Nos últimos meses, o governo do presidente Temer vem alardeando a recuperação da economia, depois de alguns ajustes e sinalizações que foram dadas aos investidores, empreendedores e empresários locais e internacionais. Começamos pelo teto de gastos fixados, passamos pela reforma trabalhista que ainda carece de regulamentações e vamos em direção à reforma da Previdência. Mais ainda precisamos de muito mais.

Ainda que tenhamos a reforma da Previdência desidratada no final desse ano ou início de 2018, a sinalização será relevante para que o país retome investimentos, persiga concessões e privatizações, reduza o tamanho do Estado brasileiro e proceda também a reforma política. O presidente Temer pode tentar atuar nessas diferentes frentes no tempo que ainda resta, e deixar o caminho aberto para o novo presidente reformista seguir nessa direção, logo no começo do mandato.

Melhoramos muito os indicadores da economia nos últimos cinco ou seis meses. A inflação caiu bastante, os juros foram na mesma direção, a produção industrial mostra sequência de crescimento mensal e as vendas no varejo voltaram a subir. A taxa de desemprego arrefeceu e o comprometimento da renda das famílias caiu. Boa parte disso foi obtido com a liberação de recursos do FGTS (Fundo de Garantia de Tempo de Serviço), PIS/Pasep e outras medidas pontuais; cujo arsenal vai se esgotando, requerendo cada vez mais reformas estruturantes, capazes de trazerem a economia novamente para o eixo.

Apesar disso, não podemos negar que a economia adquiriu nova dinâmica, mesmo considerando que estamos vindo do fundo do poço, onde melhoras pontuais são possíveis. O risco passa a ser então o de não serem feitas reformas, e o país ter o que chamamos de “voo de galinha”, ou seja, melhora curta e sem muita consistência no tempo.

Porém é nítido o efeito sobre todos os agentes. A B3, nova denominação da Bovespa, mostra alta de cerca de 25%, os investidores estrangeiros já aportaram recursos no ano no montante de R$ 10 bilhões (já foi bem maior em 2017) e alguns setores começam a demonstrar promissor início de recuperação. O setor imobiliário que foi bastante sacrificado já mostra recuperação em algumas regiões do país, mesmo considerando que o programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) não foi tão alterado.

Já é possível vislumbrar que os ajustes anteriores na construção civil começam a dar resultados, a retomada de imóveis diminuiu e novos empreendimentos começam a surgir, ainda que de forma tímida. Durante o período mais crítico do setor, os fundos imobiliários tão procurados por investidores praticamente sumiram, a liquidez desses ativos em bolsa se contraiu, e o funding de longo prazo, tão importante para a indústria deixou de existir.

Agora, começamos a ver a volta dos fundos imobiliários (FIIs), com boas taxas de remuneração (acima das aplicações mais tradicionais em renda fixa), e com o benefício de não terem os ganhos tributados. Além disso, muitos fundos são negociados em bolsa, o que significa a possibilidade de desfazimento da operação como se fossem ações negociadas.

Insistimos que para mais consistência da recuperação econômica é imprescindível engendrar reformas.

 

Disclaimer: Este ARTIGO é fornecido exclusivamente a título informativo e não deve ser considerado uma recomendação, sugestão de estratégia de investimento e/ou análise de valores mobiliários. Rentabilidades passadas não são garantia de rentabilidades futuras. O Banco Modal S.A. ou quaisquer das empresas que compõem o Grupo Modal (conforme definição legal) não expressam qualquer forma de garantia, implícita ou explícita, através do presente artigo. Este artigo não leva em consideração objetivos de investimento, situação financeira ou necessidades específicas dos Investidores, que devem procurar aconselhamento financeiro destinado às suas necessidades antes de tomar qualquer decisão de investimento com base em informações contidas neste artigo. O artigo, inclusive, não representa o oferecimento de produtos, visto que tal oferta só pode ser feita mediante identificação do perfil de risco do cliente. O presente artigo não representa a opinião do Banco Modal S/A bem como das demais empresas do Grupo Modal e seu conteúdo é de inteira responsabilidade do responsáveL pela sua elaboração e das respectivas fontes utilizadas. Ouvidoria 0800 283 0077.

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