Semana agitada e membros da família em horários completamente desencontrados. Jantar juntos à mesa é cada vez mais difícil. Almoço então, impossível. Ter um refúgio, uma casa no campo ou na praia não é mais opção de descanso, e sim um ponto de encontro familiar . Para muitos passou a ser fator de agregação. Não é preciso combinar. Famílias inteiras, que morando sob o mesmo teto não se veem a semana toda, sabem onde se encontrar, pelos menos aos finais de semana.
“A nossa casa foi idealizada para reunir a família, para que minhas filhas pudessem aproveitar tudo o que a natureza oferece e desfrutar a companhia de amigos”, conta o arquiteto Fábio Levi, que tem uma propriedade em Campos do Jordão.
Para ele, “sair do local em que se vive cotidianamente, pelo menos aos finais de semana, é fundamental”. E poder ‘escapar’ das preocupações diárias, claro, é um privilégio.
“Lá conseguimos apreciar a plantação de araucárias, ouvir o barulho da água do rio que corre ao lado e ainda ouvir o canto dos pássaros. O fato de não ser perturbado por poluição sonora, como a provocada pelo trânsito de São Paulo, é fantástico. É viver de verdade”, diz Fábio.
A casa do arquiteto tem seis suítes, que acomodam até 16 pessoas, tudo com decoração vintage moderna. A infraestrutura de lazer inclui trilhas para passeios na montanha, caminhadas a cavalo e banhos de cachoeira. E se o clima em Campos esfriar, há piscinas aquecidas, sauna e ofurô.
Novos hábitos, mais qualidade de vida
Esse anseio por novos ares já não é novidade. O que mudou foi a forma como as pessoas enxergam esses locais. Se antes essas casas eram refúgios de “veraneio”, hoje já são consideradas uma segunda moradia.
Essa é a opinião de Carlos Bonavitta, consultor imobiliário e especialista do Quinta da Baroneza, condomínio em Bragança Paulista, no interior de São Paulo. “Graças às facilidades que os meios de comunicação proporcionam ao trabalho de cada um, e também ao fácil acesso a essas localidades, a procura por essas propriedades só aumenta”, diz.
É também recorrente a procura por condomínios fechados por causa da segurança que eles oferecem. “O investimento ocorre não apenas pela infraestrutura completa, com cenário e oferta de lazer típicos de fazendas e sítios, mas também pela certeza de que se está seguro”, ressalta.
Segurança e bem-estar em condomínios
“O meu amor pela casa na praia a torna a minha residência oficial. Envolve uma questão espiritual, que me faz querer cuidar dela com carinho, principalmente quando recebo convidados especiais”, conta o empresário italiano Giulio Rossi, que mora no Brasil e há dez anos tem casa em um condomínio na praia da Tabatinga, litoral norte de São Paulo.
A propriedade é o destino dos amigos italianos, que constantemente desembarcam no aeroporto de Guarulhos e vão direto para o litoral. “É um cantinho para descanso e diversão. Na praia ou na montanha, o importante é aproveitar as belezas da natureza e toda a serenidade que ela nos oferece”.
E quem não gosta de dar uma “fugidinha” de vez em quando?
Toda essa afeição comentada pelo empresário é cada vez mais comum. Isso porque, hoje, as pessoas têm um apartamento bem centralizado na cidade, de fácil locomoção para a família, e, quando querem tranquilidade, correm para o aconchego de sua segunda moradia.
Este também é o caso da empresária Luciana Negrão. “Moramos em um apartamento pequeno no bairro dos Jardins, em São Paulo. Todo final de semana pegamos uma hora e meia de estrada e vamos curtir a infraestrutura de nossa casa perto de Riviera de São Lourenço. É maravilhoso partilhar a felicidade de nossos filhos, que passam o dia todo estudando durante a semana.”
O projeto da casa de Luciana foi desenhado lado a lado com a arquiteta Vanessa Féres. “Cada detalhe foi pensado conjuntamente, para que ficasse com a nossa cara e pudesse nos trazer todo o conforto.” Por tudo o que têm à disposição a uma distância tão curta, ela afirma que essa acaba sendo a sua casa de verdade.