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Art Déco aos 100: o que esse estilo nos ensina sobre viver com sofisticação hoje

O movimento de design progressista das décadas de 1920 e 1930 continua a influenciar a arquitetura e os interiores um século depois

Em 2025, o Art Déco celebra seu centenário oficial com o estilo que lhe é característico. O influente movimento decorativo que floresceu na Europa e nos Estados Unidos nas décadas de 1920 e início de 1930 recebeu esse nome da “Exposition Internationale des Arts Décoratifs et Industriels”, realizada em Paris em 1925, que apresentou as últimas inovações em arquitetura, moda e design industrial.

Reconhecido por sua estética refinada, pelo uso de materiais luxuosos e por suas formas geométricas marcantes, o Art Déco abraçou desde o início a tecnologia e o progresso, revolucionando todas as áreas do design com um otimismo bem-vindo após a Primeira Guerra Mundial.

Cem anos depois, o estilo é celebrado por museus e galerias ao redor do mundo, como no Musée des Arts Décoratifs, em Paris, onde será inaugurada em outubro a exposição “1925-2025. Cem anos de Art Déco”. O movimento também ocupou um papel central no leilão Important Design 2025, da Sotheby’s, que foi realizado na capital francesa em 20 de maio, em parceria com a Sotheby’s International Realty.

Como um movimento de design que continua a resistir e a inspirar décadas após seu surgimento, o que o Art Déco ainda pode nos ensinar sobre o viver com luxo nos dias de hoje?

O vocabulário visual do Art Déco é ao mesmo tempo disciplinado e expressivo, observa Lucy Derbyshire, cofundadora do estúdio londrino Studio QD e coautora do livro Interior Style: Art Deco. Entre seus princípios fundamentais estão o uso de formas simétricas e geométricas, a atenção meticulosa aos detalhes e o compromisso com materiais opulentos. Há também uma ênfase no artesanato de excelência, algo que, segundo ela, os designers contemporâneos ainda buscam em seus próprios projetos de interiores.

O que torna o Art Déco tão fascinante é sua habilidade de conjugar modernidade e futurismo com uma aura de glamour. É isso que o torna constantemente atraente e explica por que tantos criadores, até hoje, se inspiram em suas ideias.

Esses princípios podem ser vistos em alguns dos espetaculares lotes oferecidos no leilão Important Design 2025, da Sotheby’s, com uma seleção impressionante de móveis e objetos de arte Art Déco. A linguagem estética da época era marcada por formas geométricas, motivos florais estilizados e materiais como madeiras exóticas, laca, couro de arraia e pergaminho — esses dois últimos, até então, não utilizados no campo do design.

A venda inclui diversas peças excepcionais de marceneiros, designers e escultores franceses que ilustram o refinamento do período, como poltronas entalhadas em madeira dourada por Armand-Albert Rateau e mesas de apoio com laca e casca de ovo criadas por Jean Dunand. Há ainda uma mesa pedestal produzida em 1913 por Paul Iribe, um criador raro e que oferece um exemplo notável dos primórdios do Art Déco.

A maestria artesanal do movimento também se revela em um conjunto de frascos em prata, vidro, laca e quartzo aventurina assinados pelo prateiro francês Jean Puiforcat. O luxo discreto do Art Déco segue sendo apreciado pelo público. A elegância das linhas e dos materiais harmoniza com outros estilos de móveis e obras de arte, sejam clássicos ou contemporâneos. É fácil conviver com ele, talvez por isso continue tão popular nos dias de hoje.

Essa mesma combinação de elegância e materialidade se traduz também no mundo do mercado imobiliário de luxo, onde o espírito do Art Déco, de sua estética atemporal ao seu espírito vanguardista, se manifesta em algumas das propriedades mais desejadas atualmente. A Sotheby’s International Realty tem hoje em seu portfólio imóveis com herança Art Déco em cidades como Nova York, Paris, Londres, Madri, Roma, Montreux e até na ilha grega de Syros, no sul do mar Egeu.

Para Bradley Nelson, diretor de marketing da Sotheby’s International Realty, o legado do Art Déco vai além da estética. Um século depois, a essência do movimento, seu abraço ousado à beleza, à inovação e ao trabalho artesanal, continua a ressoar profundamente no universo imobiliário de alto padrão. Os compradores mais exigentes de hoje não buscam apenas metragem, eles querem residências expressivas, imaginativas e fundamentadas na excelência do design. O Art Déco nos lembra que o verdadeiro luxo está nos detalhes. E são esses detalhes que continuam sendo o que torna um lar realmente especial.

Segundo Nelson, os agentes da Sotheby’s são profundamente sintonizados com as sutilezas da arquitetura, dos interiores e da narrativa por trás de cada imóvel. Eles entendem que um design excepcional não apenas valoriza a estética, ele aprimora o estilo de vida e o valor de longo prazo. Com uma herança moldada por uma perspectiva global e uma conexão estreita com o mundo da arte, a marca enxerga a beleza não como ornamento, mas como um elemento essencial do viver com luxo.

O DNA compartilhado com a casa de leilões Sotheby’s oferece à Sotheby’s International Realty uma posição única na interseção entre arte, design colecionável e mercado imobiliário, algo personificado pela parceria no leilão Important Design 2025. Seja uma peça icônica do mobiliário do século XX ou uma casa projetada com base nas geometrias do Art Déco, o bom design molda nossa forma de viver, sentir e se relacionar com o espaço.

Acima de tudo, o Art Déco nos lembra da conexão entre design e desejo. Uma casa é mais do que a soma de suas paredes. A decoração importa, seja na geometria elegante de um conjunto de mesas de apoio laqueadas, seja nas portas espelhadas de um elevador que sobe rumo às estrelas. Quando se trata de construir, comprar ou vender um imóvel, o design não é um luxo opcional. Ele é essencial.

**Texto traduzido da publicação da Sotheby’s Realty.

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