Gabriel Wickbold tem trajetória inserida em múltiplos segmentos criativos culturais. Músico, poeta, designer e fotógrafo, o artista está sempre em processo de criação.
Sua intimidade com a câmera ocorreu de forma orgânica, quase acidental. Em uma viagem fez registros despretensiosos que, pela qualidade e técnica apresentadas, transformaram-se em sua primeira série profissional. Em Brasileiros, passou 45 dias no Rio São Francisco, da nascente até a foz retratando pessoas da região. Em seguida, já com conceito mais definido do que buscava, criou Sexual Colors, onde com produção mais esmerada, cobriu seus modelos com tintas coloridas utilizando seus corpos como tela. A partir da exibição dessa série no exterior, não parou mais.
Retratando constantemente o homem e suas relações com fatos inerentes a seu percurso, deu vazão à criatividade: Naïve explora a relação homem-natureza; Sans Tache crítica o conflito do homem no que se relaciona com a passagem do tempo, seu envelhecimento, o tabu da eterna juventude e sugere uma reflexão sobre o real significado das “marcas do tempo” e a manipulação digital, tão em voga nos dias atuais, na busca de uma estética perfeita, impossível de ser conquistada. I am online discute o sufocamento causado pela internet e as “máscaras” que criamos para sobreviver nas redes sociais.
Neste novo ensaio – I Am Light -, o espectador é convidado a dar um passo para trás e voltar ao início da humanidade, “um lugar onde nossa espécie é pura força e luz. Luz essa que aparece como elemento principal dessa minha nova fase. É quase como uma leitura de aura, que vista através da câmera emana energia vital e revela que cada ser tem dentro de si todo o brilho que precisa para alcançar seu propósito de vida. Quando conseguirmos alinhar nossas vontades, paixões, missão e trabalho, encontramos nossa verdadeira essência, preenchendo o vazio existencial e transcendendo o material. Somente aí perceberemos que a resposta que estamos procurando lá fora está na verdade onde sempre esteve, aqui, dentro de nós”, define o artista.
I am Light contém registros sugerindo ao espectador que olhe para si mesmo e busque a compreensão de que o essencial está dentro de nós mesmos. A série mistura técnicas fotográficas com construção de instalações humanas, através da transformação de corpos em telas e aplicações de elementos complementares. O resultado são explosões de luz que emanam dos personagens. “Quando nos conectamos profundamente com nossa energia vital, percebemos que somos um grande universo de possibilidades. Isso me motivou a pesquisar diversas técnicas para representar essa iluminação espiritual”, diz Gabriel Wickbold.
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Foto de destaque: Gabriel Wickbold – Fotografia, I am light, 2018, 110x160cm
Curadoria de conteúdo: Silvia Balady / silvia@balady.com.br / @ssbalady