Economia e mercadoMercado

Você investiria em uma moeda virtual?

Cerca de um milésimo de todo o dinheiro em circulação no mundo não tem país de origem, banco central, lastro ou mesmo notas e moedas para carregar na carteira. São as criptomoedas, também chamadas de moedas virtuais. A principal e mais conhecida é o bitcoin (BTC). Um bitcoin vale hoje no mercado financeiro cerca de US$ 3,5 mil, mas ele pode ser fracionado.

As transações com essas moedas são feitas exclusivamente na internet e ainda são pouco conhecidas do público em geral. O uso delas, porém, ganha adeptos ao redor do planeta e tem forçado os países a discutirem mecanismos de controle sobre o dinheiro virtual.

Não se sabe com exatidão como surgiu o bitcoin. Sua origem é atribuída a Satoshi Nakamoto, em 2008, que nega a criação. Para adquirir dinheiro em bitcoins, é necessário criar uma carteira virtual, como se fosse uma conta bancária, no site oficial da Blockchain (www.blockchain.com) – onde todos os bitcoins ficam armazenados e funciona todo o sistema. Sem dono, é uma rede interligada de investidores. Cada carteira é individual e tem uma numeração específica e criptografada.

Para evitar fraudes e golpes, há um poderoso sistema de segurança e controle virtual. As transações podem ser feitas no site da Blockchain ou em corretoras e casas de câmbio espalhadas pelo mundo, inclusive no Brasil. É possível comprar e vender em dólares, euros ou mesmo em reais. Além do bitcoin há outras criptomoedas, como o ethereum, ripple e litecoin, mas que são bem menos utilizadas.

Apesar das criptomoedas serem vistas como um negócio com potencial de valorização, especialistas alertam para os riscos das transações, dado que é um mercado ainda pouco conhecido, sem qualquer regulamentação e muito volátil. Como em uma Bolsa de Valores ou um mercado de câmbio tradicional, as cotações das moedas chegam a oscilar até 10% ao dia. Além disso, a falta de qualquer tipo de regulamentação por parte dos governos e bancos torna o negócio um risco e há especulações sobre uma possível bolha, já que ele pode ser interpretado como um título financeiro sujeito a perdas e ganhos.

“O grande problema é que não tem ninguém por trás do bitcoin. Parece um pouco aquelas correntes ou pirâmides financeiras”, diz o administrador de empresas e professor da Faculdade de Computação e Informática do Mackenzie, Vivaldo Breternitz. Segundo ele, a estimativa é que há cerca de 17 milhões de bitcoins em circulação no mundo.

“A perspectiva de retorno é alta, mas o investidor tem de ficar atento porque o risco é considerável”, explica o economista e professor da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (Fecap), Joelson Sampaio. Segundo ele, o perfil do público das moedas virtuais são os mais novos. “Geralmente são jovens antenados com esse tipo de tecnologia e muito acostumados com transações comerciais eletrônicas”, explica. “Quem compra corre mais riscos, mas também pode ganhar mais dinheiro”, completa Sampaio. Apenas em 2017, o BTC já valorizou mais de 340%, segundo dados da Economática.

Ao redor do mundo, governos estudam mecanismos de controle ou regulamentação. Em alguns casos, como a China, o comércio de bitcoins está sendo reprimido pelo governo e na Bolívia é totalmente proibido. O Japão, por sua vez, reconheceu o BTC como forma de pagamento e hoje é um mercado importante para a criptomoeda.

No Brasil, o assunto está sendo discutido na Câmara dos Deputados, no Banco Central e Federação Brasileira dos Bancos (Febraban). Até o momento, nenhuma decisão de regulamentação foi tomada. “O principal entrave é enquadrar tais operações em nosso sistema financeiro, pois se trata de algo totalmente inovador. Isso envolve compreender como funcionam tais transações e estabelecer os parâmetros legais que não só devem, mas que também podem ser criados”, explica o advogado Rodrigo de Campos Vieira, sócio na área de startups e inovação do escritório TozziniFreire Advogados.

Posts relacionados
Mercado

Entenda como o Itaim conquista quem busca exclusividade e vida urbana equilibrada

Em entrevista, consultora explica por que o bairro segue sendo desejo absoluto do alto…
Ler mais
Mercado

Vila Nova Conceição o bairro único em cada detalhe.

Consultora revela os diferenciais mais cobiçados de um dos bairros mais valorizados de São…
Ler mais
Mercado

ATTO Pininfarina inaugura nova fase do mercado imobiliário de alto padrão

Primeiro residencial da grife italiana no Brasil une design autoral, localização estratégica e…
Ler mais