Dois irmãos nascidos no interior de São Paulo são alguns dos designers mais aclamados da atualidade. Humberto queria ser índio, Fernando, astronauta. Mudaram-se para São Paulo onde cursaram Direito e Arquitetura, respectivamente.
Desde crianças, os Irmãos Campana produziam seus próprios brinquedos, e a infância no campo foi determinante para o trabalho da dupla. Quando montaram o Estúdio Campana, passaram a criar peças e mobiliários reaproveitando diversos tipos de materiais.
Confeccionadas com os mais diversos elementos, como plástico, fibras de algodão, metais, lascas de madeira, fios de PVC, cordas, papelão, garrafas PET, as peças são coloridas, caóticas, imperfeitas, plurais. Como o Brasil e seu repertório popular, conceito que permeia todas as criações.
Em uma época que o design caminhava para a superindustrialização, as intervenções artesanais de Humberto e Fernando Campana, associadas à ideia de transformação e reinvenção, elevaram seus mobiliários ao status de obra de arte.
Entre as principais obras estão a cadeira Favela, de 1991, inspirada na favela da Rocinha, e a poltrona Vermelha, de 1993, confeccionada com 300 metros de corda trançada a mão, um verdadeiro marco do design mundial.
O reconhecimento veio em 1994, quando se tornaram os primeiros designers brasileiros a expor no MoMA (Museu de Arte Moderna de Nova York). A partir de então, a ascensão foi meteórica.
Além de mobiliários, os Irmãos Campana produzem esculturas, cerâmicas, cenografia, design de interiores, paisagismo entre outras obras e instalações. Algumas delas podem ser vistas no Museu de Arte Moderna de São Paulo; no MoMa, em Nova York; no Centre Georges Pompidou e no Musée Les Arts Décoratifs, em Paris. Além disso, eles assinam o café do Theatro Municipal de São Paulo e o Café Campana, no Museu D’Orsay, em Paris.