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5 mulheres que marcaram a história da arquitetura pelo mundo

Dame Zaha Hadid e Lina Bo Bardi são grandes exemplos de figuras femininas que se destacam em um mercado de mudanças constantes. No cenário atual, a arquiteta Camila Klein detalha empoderamento e características das mulheres neste meio. 

Diante do Dia Internacional da Mulher que se aproxima, nunca é demais pontuar conquistas e grandes nomes de mulheres que fizeram história em diversos mercados e segmentos. Um deles está na arquitetura, que até os dias de hoje, é repleto de profissionais com características impecáveis e exclusivas, dignas, sempre, de uma homenagem. 

Prova disso está no último censo do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU), que traz dados relevantes sobre a participação feminina neste setor. Há uma prevalência das mulheres na arquitetura, elas representam 61% do total de profissionais em atividade no País, contra 39% de homens. 

Mas para que essa quantidade chegasse ao nível de hoje, mesmo com todas as dificuldades enfrentadas por elas, é sempre importante lembrar aquelas que marcaram – e ainda marcam – a história da arquitetura, principalmente, pelos seus belos trabalhos e conquistas. 

Lady Elizabeth Wilbraham

Conhecida também como ‘A Primeira Arquiteta do Reino Unido’, Lady (1632–1705) atuava como designer de interiores em uma época que, literalmente, as mulheres não tinham permissão para exercer esse cargo. Estima-se que Elizabeth tenha projetado aproximadamente 400 construções, como Belton House, Uppark House e a casa de sua família em Staffordshire, a Weston Hall – rica em detalhes arquitetônicos considerados incomuns.

Marion Mahony Griffin

Uma das primeiras arquitetas licenciadas do mundo, Marion Mahony (1871 – 1961) estudou arquitetura no MIT e se graduou em 1894. Marion foi funcionária de Frank Lloyd Wright, americano pioneiro em projetos exclusivos de arranha-céus. Griffin trabalhou com projetos de vidros com chumbo, móveis, luminárias, murais e mosaicos. Também estudava aquarela, inspirada em xilogravuras japonesas, mas, infelizmente, nunca recebeu os devidos créditos.

Elisabeth Scott

Elisabeth (1898 – 1972) se tornou a primeira arquiteta do Reino Unido a ganhar um concurso internacional, com um projeto para o Shakespeare Memorial Theatre, sendo, inclusive, a única mulher a concorrer ao prêmio entre mais de 70 profissionais. Atualmente, seu projeto é um dos edifícios públicos mais importantes do Reino Unido, e o mais interessante, é que contou com a participação de um grande número de mulheres para ajudá-la nesta missão.

Dame Zaha Hadid

Dame (1950 – 2016), sem dúvidas, é uma das arquitetas mais renomadas da história neste setor. Pelo estilo futurista, ela foi a primeira mulher a receber o Prêmio Pritzker, conhecido como o “Nobel da arquitetura”. De centros de lazer a arranha-céus, as edificações de Zaha sempre ganharam destaque e são conhecidas pelo mundo afora, como o Galaxy Soho, em Pequim, o Centro Heydar Aliyev, Azerbaijão e o Pavilhão da Ponte de Saragoça, na Espanha.

Lina Bo Bardi

A italiana Lina (1914 – 1992) adotou o Brasil como seu país em meados de 1940, neste mesmo ano, a profissional finalizou seu primeiro projeto arquitetônico realizado, a Casa de Vidro, que se tornou um ícone cultural do Brasil. Lina foi designer de produção, curadora, professora, ilustradora, decoradora e designer de moda. Lina, em 1964 ainda inaugurou uma de suas obras mais famosas: o Sesc Pompeia, além de outro marco na carreira que foi o Museu de Arte de São Paulo, mais conhecido como MASP. Lina Bo Bardi foi a primeira arquiteta brasileira a ser premiada com o Leão de Ouro Especial da Bienal de Veneza.

Diante disso, com o passar dos anos, as conquistas e sucesso desses profissionais abriram espaço para as mulheres do futuro que, atualmente, fazem parte do mercado e fazem jus à profissão, inspirando assim, novas gerações que buscam a arquitetura como estilo de vida. 

Um desses grandes exemplos é a arquiteta Camila Klein, que em um bate papo com a Bossa Nova Sotheby’s pontuou sobre o cenário de hoje e o papel das mulheres. Confira. 

Camila Klein/ Divulgação

O que você acha que mais mudou na profissão até hoje?

Para ser bem sincera, mudou muita coisa! Hoje, a arquitetura está atendendo a muitos outros mercados, ou seja, eu posso trabalhar com decoração de casas, hotéis e apartamentos, como posso trabalhar com design gráfico, maquetes eletrônicas ou até paisagismo. Esse mercado ramifica todos os dias e abri um leque que há anos atrás não existia. Você olha para a arquitetura como uma probabilidade de atuar onde você quiser.

Quais são as principais novidades que temos hoje?

As novidades eu falo pelo meu trabalho. Não sigo tendências e gosto de fazer o diferente, o que ninguém faz, justamente para ser único, ser uma entrega exclusiva. Por exemplo, na Semana de Moda de Milão, Nova York, Paris, eu observo e acredito que algo dali eu posso levar para a arquitetura. Tudo é insight para construir meus trabalhos e surge quando estou elaborando um projeto.

Isso aconteceu recentemente, quando eu fiz um banheiro todo em ouro envelhecido, metalizado, fora do comum. Isso veio de uma referência que eu vi em uma vitrine. É incrível!

Eu acho que o mais legal é que meus projetos estão rodeados de cheiros, músicas, viagens, pessoas se vestindo, se comunicando… tudo é referência.

Como você enxerga as mulheres nesse mercado?

Costumo dizer que arquitetura é algo que as pessoas acham que é totalmente sensível, por isso, leva esse cenário às mulheres. Mas eu acho que é além. A mulher tem uma coisa que enxerga bem depois disso, precisa de sensibilidade e não é algo frágil, pelo contrário, precisa de muita força, garra e solidez. Nós temos a força para colocar em prática tudo aquilo que vai fazer diferença ao cliente.

Quais são as tendências no arquidecor de 2023.

Uma das tendências utilizadas para este ano, que estou vendo na verdade desde 2022, é o resgate de itens familiares como um jogo de louças que foi da avó, coisas que antes talvez eram consideradas ‘feias’ e acabavam ficando de lado. Mas hoje não, tudo vira decoração. Eu trabalhei uma vez uma tapeçaria na parede, ao invés de utilizá-la no chão e realmente ficou incrível! Ou seja, tudo pode ser resgatado, reaproveitado.

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