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Natureza subindo pelas paredes

Para quem gosta de plantas e pretende dar um toque especial na residência ou no escritório, os jardins verticais são ótimas opções, pois além de belos, melhoram o meio ambiente urbano.

“O jardim vertical é um bom instrumento de melhoria da qualidade do ar”, afirma Pérola Felipette Brocaneli, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Segundo ela, cada metro quadrado de um jardim vertical tem capacidade de liberar na atmosfera, por meio da evapotranspiração (transpiração das plantas), o equivalente a cinco litros de água por dia. Esse processo ajuda, sem dúvida, a melhorar a umidade do ar, ainda mais em períodos de estiagem prolongada.

“Ao ser instalado dentro de casa ou em uma varanda, o jardim vertical melhora o clima interno e também colabora, de alguma maneira, com o meio externo”, explica a professora. Se for possível a utilização de água de reuso para a irrigação, a contribuição com o meio ambiente é maior ainda.

Algumas dicas são importantes para montar um jardim vertical. A primeira refere-se ao tamanho. Caso a opção seja por diversos vasos dispostos na parede, é recomendável estruturas individuais (placas ou grades de sustentação dos vasos de plantas) pequenas, para evitar problemas de peso. As plantas devem ter no máximo 40 centímetros de altura, também para evitar que as folhagens forcem muito a estrutura.

Na hora de escolher as plantas é essencial evitar as com raízes grandes ou agressivas, pois além de não terem espaço suficiente para crescerem, geralmente são as mais pesadas. As espécies mais recomendadas são as samambaias, antúrios, véu-de-noiva, hera inglesa, jiboias, véu-de-noiva e colar-de-pérolas.

 

Bonitos e funcionais

Os jardins verticais são aconselhados para todos os ambientes da casa, sejam os internos ou externos. Claro que para cada caso é necessário adequar a espécie da planta com o local e tipo de instalação. Por isso, aconselha-se verificar a iluminação e a incidência de sol que a área vai absorver e, a partir daí, tomar os cuidados que a espécie escolhida exige, incluindo a irrigação. Em grandes projetos, como paredes ecológicas em condomínios ou mesmo em residências, é importante buscar orientação de um especialista para evitar problemas como o mofo nas paredes.

Os jardins verticais também são utilizados em grandes paisagens, como muros e empenas cegas de edifícios. Um exemplo disso é instalação pela prefeitura de São Paulo, de um jardim vertical de seis quilômetros de extensão na Avenida 23 de Maio. O projeto foi um acordo de compensação ambiental com uma empresa que desmatou uma área na zona sul da capital paulista.

Instalações desse porte diminuem a poluição do ar, a visual e a sonora. Benefícios que atendem uma grande cidade, mas que também podem ser incorporados em residências e condomínios.

A professora Pérola, do Mackenzie, elogia iniciativas como a da prefeitura paulistana, mas ressalva que o desmatamento, ainda mais em áreas urbanas, deve ser visto sempre com muita restrição e cautela. “Não há como compensar ambientalmente a ausência de uma árvore”, ressalva.

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