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Antigo ou retrô? A decoração contemporânea aceita os dois, mas com cuidados

A preferência por móveis e objetos antigos, ou que pareçam ser antigos, é bastante comum no mundo da arquitetura e do design de interiores. Tão comum quanto a confusão que muitas pessoas fazem entre os estilos vintage e retrô na decoração. Apesar de remeter a ideias muito próximas, cada estilo tem características bem particulares.

Vintage é a decoração antiga, que não passou por alterações ou adaptações para os tempos modernos, segundo a arquiteta e designer de interiores Elaine Gonzalez, responsável pela área criativa da UMM Arquitetura. “Todos os elementos do vintage são originais e encontrados em antiquários ou lojas do gênero. De porcelanas, passando pelos cristais e pelas luminárias, até chegarmos ao mobiliário, tudo pode ser garimpado e combinado entre si”.

O retrô, por sua vez, busca inspiração na decoração antiga, em especial nas décadas de 1970 e 1980, como se traduzisse para o contemporâneo as criações passadas. De acordo com Elaine, o retrô pode ser definido, de maneira resumida, como uma releitura do estilo antigo. “No retrô, as peças têm um valor mais acessível em relação às do estilo vintage, afinal são produzidas pela indústria atual. Porém, objetos retrô costumam ser mais caros que os mais modernos”, compara.

Cada estilo traz uma personalidade própria para o ambiente. O vintage está ligado a uma decoração mais sóbria, enquanto o retrô permite trabalhar com o lúdico. “O interessante é a maneira como esses estilos conversam com a decoração atual e com a arquitetura do imóvel. Geralmente, quem gosta do vintage traz consigo peças de família, que podem ter sido de avós, bisavós e até de uma linhagem mais distante. Já o retrô lida com objetos mais inusitados, e brinca com cores fortes e, muitas vezes, ousadas”, conta Elaine. Móveis baixos, eletrodomésticos coloridos e telefones antigos são algumas referências no uso do retrô.

Ambos os estilos podem compor diferentes ambientes de um imóvel, de forma integral – ou seja, o mesmo estilo em todo o ambiente – ou apenas com inserções, seja em livings, salas de jantar, cozinhas, dormitórios e até em banheiros. Alguns cuidados, contudo, são necessários, para que a decoração harmonize com o ambiente escolhido.

“Precisamos ficar atentos principalmente à combinação de cores e tecidos”, alerta Elaine. “É importante selecionar as peças que serão utilizadas nos espaços antes da efetivação da compra, assim é possível visualizar a composição como um todo e sentir a unidade com o ambiente”.

 

A combinação perfeita em cada estilo

Estilo vintage

  • Adote o estilo com moderação. O excesso pode deixar o ambiente caracterizado como um antiquário.
  • Ao misturar peças, é importante ficar atento às suas épocas, para que os móveis datados estejam em harmonia entre si.
  • O estilo remete à sofisticação, por isso é necessário cuidado no garimpo para não desvalorizar peças de época, misturando-as sem critério com réplicas atuais.

 

Estilo retrô

  • Achar que é necessário ser uma cópia exata e fiel é um erro; como é uma releitura, o retrô aceita adaptações com maior facilidade.
  • É muito bem-visto o uso de cores vibrantes, mas é importante cuidado ao misturá-las. Na dúvida, sempre consulte as combinações adequadas em um círculo das cores (complementares, análogas etc).
  • Para garantir a atmosfera lúdica da época escolhida, além dos móveis, vale muito a pena investir em acessórios de decoração.
  • E para quem busca suavidade na ambientação, o pé palito é uma boa alternativa.

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