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A revolução das embalagens conectadas

Embalagens não servem apenas para acondicionar e proteger produtos, facilitando o seu transporte e manuseio. Nos dias de hoje, já podemos encontrar nas prateleiras dos supermercados, por exemplo, embalagens que ganharam novas funções, como a comunicação direta com os consumidores, trazendo informações sobre o produto em seus rótulos e chamando a atenção das pessoas com visuais atraentes.

Mas como serão as embalagens do futuro? Serão cada vez mais inteligentes, conectadas com as necessidades dos consumidores e sustentáveis, de acordo com a diretora do Instituto de Embalagens, Assunta Camilo, uma expert com mais de 30 anos de atuação no mercado de embalagens. Assunta viaja por todo o mundo para descobrir as tendências e inovações no setor.

A Internet das Coisas, que promove a conectividade de tudo, diz a especialista, também vai fazer parte do mundo das embalagens, elevando a eficiência dos modelos inteligentes. “Estas embalagens, por meio de dispositivos digitais, poderão se comunicar com o controle de estoque de um mercado e avisar quando o prazo de validade do produto está chegando ao fim, diminuindo o desperdício de alimentos. Também poderão ensinar os consumidores o modo de preparo de um alimento. A Internet das Coisas pode ser aplicada a todo tipo de produto, oferecendo informação em tempo real”, revela Assunta Camilo.

Embalagens inteligentes podem servir como espaço de divulgação dos produtos – a embalagem como o próprio canal de comunicação. A embalagem, sempre conectada a dispositivos digitais, permitiria ao consumidor acessar informações mais detalhadas sobre o produto. Para o fabricante, seria muito útil para promover campanhas de marketing direcionadas. Embalagens inteligentes também podem ser rastreáveis, oferecendo dados precisos sobre sua origem e os caminhos percorridos entre o fabricante e o cliente final. Isso ajudaria no combate a falsificações, e garantiria maior inviolabilidade das embalagens. É a tecnologia a serviço da segurança.

Outra questão relevante a ser encontrada nas embalagens do futuro diz respeito à sustentabilidade. Atualmente, muitas empresas já têm uma grande preocupação com o meio ambiente, apostando em materiais recicláveis. Há, contudo, algumas novidades importantes para os próximos anos. No Brasil, por exemplo, existem pesquisas para o desenvolvimento de embalagens comestíveis, que usariam gelatina para criar filmes e coberturas para alimentos que seriam biodegradáveis e que pudessem ser ingeridas pelo organismo humano. Essa gelatina pode ser produzida a partir de resíduos de bovinos, como ossos e cartilagens, através de um tratamento especial do colágeno, uma proteína fibrilar, de função estrutural, presente no tecido conjuntivo de animais.

“As embalagens comestíveis, que mimetizam a gelatina, poderão ser incorporadas ao produto. Assim, vão contribuir para um consumo mais consciente, com a redução de desperdícios de alimentos e a redução do consumo de materiais”, explica Assunta Camilo. “Haverá também embalagens que se desintegram por si só ou que, após o uso, podem se decompor a partir de um toque ou solicitação do consumidor. Elas também irão permitir a redução de resíduos. Uma importante contribuição na área de sustentabilidade”.

A especialista também destaca, para o futuro, embalagens com menor peso e estrutura que incorpora soluções de nanotecnologia para diferentes tipos de produto. A nanotecnologia é a manipulação da matéria numa escala atômica e molecular, o que pode possibilitar a construção da estrutura de novos materiais, como os biomateriais, a partir dos átomos. “Este tipo de embalagem permitirá redução de custo, ou seja, maior competitividade para a indústria. Destaco o crescimento das embalagens flexíveis com maior barreira e menor resíduo”.

Para Assunta Camilo, seja no presente ou para o futuro, algumas características das embalagens são e continuarão sendo fundamentais para a satisfação das demandas dos consumidores. Uma delas é a conveniência, como a praticidade de carregar e de abrir e fechar a embalagem. Haverá sempre exigências por visuais atraentes, por embalagens que atendam a questões de saúde, com barreiras que evitem a entrada de impurezas, por embalagens seguras para crianças, acessíveis aos idosos e deficientes visuais e, acima de tudo, por embalagens éticas. “A embalagem deve sempre prometer o que realmente vai entregar. Ser feita o mais próximo possível do ideal, como de fonte renovável ou de material reciclado, retornável, com a menor quantidade de material. E ter rotulagem com orientações claras para o descarte”, conclui.

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